O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou suas críticas aos massacres de civis na Faixa de Gaza, ressaltando a aparente falta de humanidade do mundo diante do que considera um genocídio do povo palestino.
“Eu fico pasmo com o silêncio do mundo. Me parece que não existe mais humanismo nas pessoas. ‘Ah, palestino pode morrer’. Palestino não é ser inferior. Palestino é gente como nós. Ele tem o direito de ter o terreno dele, que foi demarcado em 1967, a área que poderiam construir seu país e está sendo tomada a terra demarcada”, declarou o presidente durante uma coletiva de imprensa em Paris.
Condições Humanitárias em Gaza
A guerra na Faixa de Gaza, que já dura 50 meses, resultou na morte de 54,7 mil palestinos, incluindo cerca de 70% de mulheres e crianças, segundo autoridades palestinas. Com grande parte do território devastado, aproximadamente 2 milhões de pessoas enfrentam a fome, exacerbada pelo bloqueio à entrada de ajuda humanitária imposto por Israel, que defende a emigração em massa de palestinos para fora da região.
Desenvolvimentos na Cisjordânia
Paralelamente, Israel autorizou a construção de 22 novos assentamentos na Cisjordânia, onde mais de 700 mil colonos israelenses já residem. Esses assentamentos são considerados ilegais pelo direito internacional, uma vez que essa área é reconhecida como território palestino.
Nesta semana, os Estados Unidos vetaram uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que pedia um cessar-fogo permanente e imediato em Gaza. Os outros 14 países do Conselho apoiaram a proposta.
Negociações na Ucrânia
Durante a coletiva em Paris, Lula foi questionado sobre as negociações de paz na Ucrânia. Ele sugeriu que o presidente francês, Emmanuel Macron, converse com o secretário-geral da ONU, António Guterres, para que ele visite a Ucrânia e a Rússia com líderes de países emergentes, com o objetivo de mediar um acordo entre as partes.
O presidente brasileiro está em visita à França para fortalecer relações comerciais e anunciou, durante a conferência, planos de investimentos de R$ 100 bilhões de empresários franceses no Brasil até 2030.