Carlos Lupi deixou o cargo de ministro da Previdência após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, em Brasília. A decisão ocorre em meio a investigações sobre fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O novo ministro, Wolney Queiroz, ex-deputado federal e atual secretário-executivo da pasta, foi anunciado oficialmente.
Lupi destacou em suas redes sociais que não foi citado nas investigações e reforçou o apoio do Ministério da Previdência às apurações. Ele enfatizou a importância de identificar e punir os responsáveis por qualquer irregularidade que tenha afetado os trabalhadores.
A exoneração de Lupi e a nomeação de Queiroz serão publicadas em uma edição extra do Diário Oficial da União. Essa troca na liderança do Ministério da Previdência ocorre logo após a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União deflagrarem uma operação que investiga um esquema de descontos indevidos em benefícios do INSS, que começou em 2019.
Mudanças significativas já ocorreram no INSS, incluindo a exoneração do presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, e o afastamento de outros dirigentes. Além disso, a oposição na Câmara dos Deputados protocolou um pedido para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito com objetivo de investigar os sindicatos envolvidos nas irregularidades.
A Polícia Federal indicou a existência de evidências sobre irregularidades relacionadas a cerca de R$ 6,3 bilhões movimentados em mensalidades associativas entre 2019 e 2024. A Controladoria-Geral da União havia já solicitado auditorias que identificaram inconsistências.
A fim de reaver os valores injustamente descontados, o INSS suspendeu todos os descontos oriundos de acordos com entidades. A Advocacia-Geral da União formou um grupo para buscar a reparação dos prejuízos, incluindo reuniões com altos representantes do governo.
O presidente Lula, em pronunciamento no Dia do Trabalhador, reafirmou o compromisso em ressarcir os prejudicados pelas fraudes no INSS.