Quatro décadas de regime democrático no Brasil: a redemocratização, iniciada em 1985 com a posse de José Sarney, marca um período significativo desde a proclamação da República em 1889. A transição ocorreu após 21 anos de ditadura civil-militar, culminando em um momento histórico para a política brasileira.
Sarney, que era vice de Tancredo Neves, assumiu a presidência de forma interina em 15 de março de 1985, após a hospitalização de Neves, que não sobreviveu a complicações de saúde. Com sua morte, Sarney foi efetivado no cargo pelo Congresso. Ao recordar aquele momento, Sarney destacou a importância do respeito à Constituição Federal e a necessidade de garantir uma transição pacífica.
Desafios e incertezas acompanharam esse cenário, com temores sobre a aceitação do retorno do poder à sociedade civil por parte dos militares. O ex-presidente enfatizou que suas diretrizes eram de tranqüilidade e respeito mútuo entre civis e militares, ressaltando a vitória da democracia sobre tentativas de retrocesso.
Reencontro com a democracia
Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou as redes sociais para celebrar o aniversário da redemocratização. Ele destacou não apenas a posse de Sarney, mas um retorno fundamental à democracia, reconhecendo a habilidade política de Sarney em momentos desafiadores. Lula afirmou que, nos 40 anos de democracia, embora tenham ocorrido dificuldades, o Brasil avançou em direção a um futuro mais inclusivo e democrático.
A importância da proteção da democracia é um tema recorrente, com Lula lembrando que é vital defender a liberdade de expressão e os direitos fundamentais, especialmente diante de ameaças autoritárias que ainda persiste.
Permanente construção da democracia
Cármen Lúcia, presidenta do Tribunal Superior Eleitoral e ministra do STF, também se pronunciou sobre a data em uma mensagem por vídeo, ressaltando que a democracia é uma construção contínua e que as novas gerações devem conhecer a importância dos direitos conquistados.
Ela sublinhou que, apesar dos avanços, a luta por igualdade e liberdade deve continuar e que a participação feminina na Política, embora melhor do que em outras épocas, ainda precisa de melhorias para assegurar uma democracia de fato.
A redemocratização brasileira, portanto, não é apenas um marco histórico, mas um lembrete constante da importância da vigilância e do comprometimento com os princípios democráticos, essenciais para garantir um futuro justo e igualitário.