quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Defesa de Bolsonaro classifica delação de Cid como “vazamentos seletivos”

A defesa de Jair Bolsonaro expressou críticas à divulgação do primeiro depoimento da colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que foi revelado no último domingo (26). Os advogados do ex-presidente manifestaram sua indignação em uma nota oficial, referindo-se ao que chamaram de “vazamentos seletivos”.

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De acordo com os defensores, a exposição de trechos da delação continua a acontecer em diversos veículos de comunicação, o que, segundo eles, prejudica o direito à ampla defesa dos envolvidos. A defesa considerou ainda que as investigações têm se pautado por um acesso “semissecreto” às informações, negando às defesas um contexto completo dos elementos de prova, algo que se contrapõe aos princípios fundamentais de um Estado Democrático de Direito.

Grupos em torno de Bolsonaro

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O depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, menciona nove dos 37 indiciados pela Polícia Federal, relacionados a uma suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022. A delação, homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em setembro de 2023, gerou mais de dez depoimentos. Segundo Cid, após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro atraía a atenção de três grupos distintos.

O primeiro, composto por “conservadores”, estava focado em transformar Bolsonaro em um “grande líder da oposição”, com figuras como o senador Flávio Bolsonaro e o ex-advogado-geral da União Bruno Bianco. O segundo grupo, os “moderados”, expressava descontentamento sobre as “injustiças” no Brasil, mas não apoiava intervenções radicais. Entre eles estavam o general Freire Gomes, comandante do Exército, e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.

O terceiro grupo, descrito como “radicais”, se dividia em dois núcleos: um que buscava investigar supostas fraudes nas urnas, e outro que defendia um “braço armado”. Entre os membros citados estavam Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, e o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

A equipe de jornalismo está buscando contato com os demais indivíduos mencionados na delação para mais esclarecimentos sobre os fatos.

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