Em outubro de 2025, a Netflix lançou aos assinantes a terceira temporada de “Monster”, rebatizada como “Monstro: A História de Ed Gein”. O desfecho da produção impressionou espectadores ao mesclar fatos reais com elementos simbólicos e alusões ao cinema de terror.
A análise a seguir examina o último capítulo da temporada, investigando os acontecimentos da trama, suas possíveis interpretações, as relações estabelecidas e como a figura de Ed Gein segue influente no entretenimento.
Atenção: o texto contém revelações importantes sobre o desfecho da série.
A trajetória do criminoso Ed Gein
Edward Theodore Gein, apelidado de “O Açougueiro de Plainfield”, tornou-se conhecido não só pelos homicídios cometidos em 1954 e 1957, mas especialmente por profanar cemitérios e criar artefatos com partes humanas.
Considerado incapaz de ser julgado, o assassino viveu em hospitais psiquiátricos até morrer em 1984. A crueldade e a excentricidade de seus atos inspiraram clássicos do gênero, como “Psicose”, “O Massacre da Serra Elétrica” e “O Silêncio dos Inocentes”.
Essa ponte entre fatos e ficção é o cerne da narrativa explorada pela plataforma nos momentos finais da temporada.
A construção do episódio final

A temporada alterna episódios biográficos sobre o criminoso com elementos imaginários que ressaltam sua relevância cultural. No clímax, Gein aparece combalido por doença terminal, hospitalizado e perdido em alucinações que borram os limites entre verdade e fantasia.
Uma dessas fantasias mostra o assassino auxiliando autoridades no encarceramento de Ted Bundy, situação completamente inventada que contrapõe dois modelos de violência: o de Gein, moldado por questões psicológicas, e o de Bundy, apresentado como maldade sem motivações aparentes.
A homenagem aos personagens do terror

Após o falecimento de Gein, a produção mostra a tentativa de roubo de seu túmulo, fato verídico. Na versão ficcional, jovens são interrompidos pela aparição de assassinos inspirados nele, enfatizando seu legado no imaginário coletivo.
Nessa cena surgem três figuras icônicas: Norman Bates de “Psicose”, Leatherface de “O Massacre da Serra Elétrica” e Buffalo Bill de “O Silêncio dos Inocentes”.
Outro destaque ocorre quando Gein empunha uma serra elétrica enquanto dança, em referência direta ao filme de Tobe Hooper, reforçando os vínculos entre o homem real e suas representações ficcionais.
A importância da figura materna

Augusta, mãe de Gein, sempre exerceu um papel fundamental tanto em sua vida real quanto na trama. No fechamento, eles se reencontram em uma visão diante da residência familiar, enquanto ela realiza trabalhos manuais.
A sequência atinge o ápice quando a personagem pronuncia: “Só uma mãe poderia te amar.” Frase antes usada com desdém, que no último instante ganha nova carga emocional e se transforma em declaração afetiva.
Essa mudança de tom contrasta com a dinâmica conturbada apresentada ao longo dos episódios, encerrando o arco com uma reflexão sobre o complexo relacionamento entre os dois.









