5 de dezembro de 2025
sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Tim Maia e a Era Racional: uma jornada psicodélica pelo universo da música brasileira

Prepare-se para mergulhar numa das fases mais surpreendentes e excêntricas da música brasileira: a lendária “Era Racional” de Tim Maia! Esse capítulo da vida do rei da soul nacional é recheado de histórias psicodélicas, discos raríssimos, encontros cósmicos e muita criatividade fora dos padrões – tudo com a vibe envolvente dos anos 1970.

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No embalo do segundo semestre de 1974, Tim Maia foi fazer uma visita casual na casa do amigo e compositor Tibério Gaspar, no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro. Enquanto esperava o anfitrião terminar o banho, e sob o efeito de mescalina (um alucinógeno super pop na época), Tim bateu o olho em um livro curioso em cima da mesa: “Universo em Desencanto”. Curioso e aberto a novas viagens filosóficas, mergulhou na leitura.

Esse livro, emprestado pelo pai de Tibério – um matemático brilhante, poliglota e conectado com grandes mentes científicas –, apresentava ideias de outro mundo, literalmente! Segundo relatos do próprio Gaspar, depois de visitar Manoel Jacintho Coelho, fundador da seita que inspirava o livro, seu pai voltou impressionado com a “filosofia quântica” intuída por Seu Manoel.

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O impacto em Tim Maia foi instantâneo e radical: ele largou bebidas, cigarro, drogas e até carne vermelha! Começou a vestir só branco, doou bens, e comprou de vez a ideia de que os humanos vieram de outros planetas. Resultado? Nasceram ali alguns dos discos mais cultuados da música brasileira: a série “Racional”, lançada há exatamente 50 anos e considerada um marco inovador da música pop nacional.

Entre 1974 e 1976, o “Tim Maia Racional” estava à solta, e a vibe era tão diferente que até os músicos e fãs estranharam. O cantor reformulou não só seu visual, mas também seu som – e sua fé. Só que, quando se decepcionou com a seita, tratou de eliminar todos os rastros dessa fase, incluindo os discos, que viraram item de colecionador.

Com o tempo, o primeiro volume de “Racional” se tornou um clássico cult, redescoberto por novas gerações e DJs pelo Brasil e pelo mundo. O nome inspirou até o maior grupo de rap do país, os Racionais MCs, e a obra virou febre entre colecionadores de vinil e nas pistas alternativas, antes de finalmente entrar nos streamings seis anos atrás.

Claro, como toda lenda, a fase “Racional” tem seus mitos. Um deles é que Tim Maia buscava “salvação” após exageros. Mas, segundo o guitarrista Paulinho Guitarra, o que pegou mesmo foi a curiosidade pelos mistérios do espaço. “Tim era cético, mas adorava papo de OVNI. Quando viu o livro, pirou e me levou junto. Acabamos carregando livros, camisetas, adesivos e a vibe era totalmente galáctica!”, conta ele.

A banda era formada por um dream team da música: Cassiano, Robson Jorge, Serginho Trombone, Oberdan Magalhães, e por aí vai. Paulinho Trompete lembra do choque ao ver Tim Maia todo renovado: barba feita, banho tomado, roupa branca, sem vícios… Mas, ao contrário do que se pensa, as exigências do grupo não eram tão rígidas: “Podia beber, fumar, só não curtiram muito a maconha”, diz Paulinho.

O figurino branco era o dress code obrigatório nos shows, mas fora do palco rolava aquela “gambiarra”: “A gente só usava branco pra tocar, depois guardava o livro e voltava ao normal”, brinca Paulinho. Parte da galera entrou na onda racional, especialmente os mais “malucos” e abertos às ideias espaciais, enquanto outros preferiram só curtir o som mesmo.

Outro mito é que os discos “Racional” foram todos gravados sóbrios, seguindo a filosofia 100%. Na verdade, as bases instrumentais foram registradas antes de Tim Maia mergulhar na seita. As letras originais deram lugar a novas composições, cheias de referências à filosofia racional, que só depois foram finalizadas sob a influência do “Universo em Desencanto”. As gravações tinham aquele clima de jam, com muita criatividade e experimentação rolando solta.

E se você ouviu que os instrumentos foram pintados de branco… Esqueça! Só alguns amplificadores e um órgão Hammond receberam a customização, nada de trombones branquinhos! O próprio Paulinho desmente várias histórias, incluindo a do suposto “Tim Maia pelado na janela” – foi só um protesto animado contra a seita, mas devidamente vestido.

A decepção veio quando a vibe racional deixou a galera meio “duro” financeiramente: sem shows e com rádios ignorando os discos, o entusiasmo foi esfriando. Tim logo mandou um “chega disso!” e voltou ao mundo pop, mas o impacto dessa fase ficou para sempre marcado na cultura pop brasileira.

Hoje, a era Racional é cultuada por sua inventividade, pegada experimental e pela voz cristalina de Tim Maia – resultado do novo estilo de vida. DJs, críticos e fãs do mundo todo se renderam ao som envolvente e às melodias vibrantes desse período singular.

No fim das contas, a fase “Racional” é aquele capítulo alternativo e excêntrico na história do pop nacional: mistura de viagem cósmica, experimentação musical e muita energia inovadora – tudo com a cara de quem não tem medo de ousar!

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