O Centro Interpretativo da Aldeia de Reis Magos, em Nova Almeida, na Serra, prorrogou a exposição “Micélio – entre o fim e começo de tudo” da artista visual e escultora capixaba Kyria Oliveira por mais 40 dias. Os visitantes podem conferir a mostra até o dia 30 de julho.
Uma visão sobre a exposição
A exposição apresenta uma instalação composta por esculturas têxteis de feltro, trabalhadas a partir de técnicas de cultura ancestral por meio da feltragem. Inspirada na rica diversidade do reino dos fungos, a mostra explora as formas icônicas desses organismos, refletindo a beleza e o enigma que os cercam. O espaço que abriga a galeria é em homenagem ao religioso jesuíta Belchior Paulo, um dos primeiros pintores atuantes no Brasil, no final do século XVI.
Perspectivas sobre a obra
A curadora Clara Pignaton destaca que a exposição representa um ciclo contínuo, onde os fungos são vistos como decompositores e regeneradores. “Esses seres tão antigos e atuais garantem sua sobrevivência através de relações colaborativas”, ressalta. A instalação de Kyria Oliveira instiga os visitantes a se conectar com essas entidades vibrantes e sua vastidão. A artista cria peças que oferecem aberturas e texturas, sugerindo a interconexão de uma rede micelar muitas vezes invisível.
Relevância e impacto
O trabalho da artista capixaba também aborda questões contemporâneas, como a crise climática provocada pela ação humana. Erika Kunkel, presidente do Instituto Modus Vivendi, afirma que a exposição se alinha ao projeto do museu, que busca ser um espaço de manifestação artística e acessível à comunidade. “Queremos enriquecer a cena cultural capixaba e promover a arte na Serra”, destaca.
Eventos e interações
No dia 24 de junho, Kyria Oliveira realizará uma conversa com alunos e colecionadores às 14 horas no Centro de Interpretação. As inscrições podem ser feitas no site do Instituto Modus Vivendi.
Kyria Oliveira: uma trajetória artística
Natural de Minas Gerais e estabelecida no Espírito Santo desde a infância, Kyria Oliveira é graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Seu trabalho busca dialogar entre o único e o múltiplo, com foco recorrente na temática da casa e do morador. Em 2023, participou da Bienal Internacional de Arte de Macau e do XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira em Portugal, além de diversas colaborações internacionais em Barcelona e Vila Nova de Cerveira.
Com um currículo rico, a artista foi premiada na XXI Bienal Internacional de Cerveira em 2020 e recebeu Menção Honrosa na VI Bienal de Valência, evidenciando sua relevância no cenário da arte contemporânea.