11 de junho de 2025
quarta-feira, 11 de junho de 2025

Adeus a Sebastião Salgado: uma lente que revelou o mundo e transformou vidas

O universo da fotografia e do fotojornalismo se despede de um verdadeiro ícone. O fotógrafo mineiro Sebastião Salgado faleceu aos 81 anos nessa sexta-feira (23), em Paris, na França. Reconhecido como o maior fotojornalista brasileiro e um dos mais importantes no cenário internacional, Salgado deixa um legado profundo que transcende as imagens capturadas por sua lente.

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A notícia de seu falecimento foi confirmada pelo Instituto Terra, organização fundada por Salgado e sua esposa, Lélia Deluiz Wanick Salgado, em uma nota de pesar compartilhada nas redes sociais. No comunicado, a entidade ressalta que Sebastião foi muito mais do que um mestre das imagens: “Ao lado de sua companheira de vida, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é um gesto de amor pela humanidade.”

Embora a causa da morte ainda não tenha sido divulgada, sabe-se que o fotógrafo enfrentava, há anos, complicações decorrentes da malária. Além de sua esposa, ele deixa os filhos Juliano e Rodrigo, e os netos Flávio e Nara. A nota do Instituto Terra concluiu com emoção: “Nosso eterno Tião, presente! Hoje e sempre”.

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Sebastião Salgado: narrador das contradições do mundo

Nascido em fevereiro de 1944, na cidade de Aimorés, Minas Gerais, Salgado viveu momentos decisivos para sua vida em Vitória, no Espírito Santo. Foi na capital capixaba que conheceu Lélia, sua companheira de vida e parceira em projetos transformadores, como o Instituto Terra.

Sebastião Salgado fez de sua lente uma ferramenta de denúncia, impacto e transformação. Por meio de suas imagens, ele expôs as contradições do mundo: a beleza e a brutalidade, a esperança e a pobreza, a vitória humana e o impacto ambiental. Seu trabalho alcançou não só galerias de arte e prêmios importantes, mas também organizações humanitárias, como UNICEF, ACNUR, Anistia Internacional, Médicos sem Fronteiras e OMS, com as quais colaborou ao longo de sua carreira.

Desde abril de 2016, ele era membro da Academia de Belas-Artes de Paris, vinculada ao Institut de France. Em 1998, fundou o Instituto Terra, destacando seu compromisso em regenerar a Mata Atlântica na região onde passou a infância. Salgado acreditava no poder da ação ambiental como um gesto de profundo amor pela humanidade.

O legado eterno de Sebastião Salgado

Seu trabalho seguiu uma linha narrativa única, marcada por projetos emblemáticos como “Êxodos”, “Gênesis” e “Trabalhadores”, coleções fotográficas que capturaram tanto histórias humanas quanto a grandiosidade dos ecossistemas terrestres. Entre paisagens devastadas e histórias de resistência, Salgado viu e revelou o mundo com uma delicadeza transformadora.

Sebastião também inspirou gerações de ambientalistas e fotógrafos, mostrando que a arte pode ser um instrumento de ação, denúncia e reinvenção. Seus projetos não eram apenas fotografias: eram chamados à reflexão.

Hoje, o Brasil e o mundo se despedem de um artista visionário, um humanista e um agente de mudança. Suas imagens e ações permanecem como um convite para continuarmos lutando pelas causas que ele defendeu com tanta paixão.

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