A população dos Estados Unidos voltou às ruas no último sábado (18) para manifestar oposição ao autoritarismo do presidente Donald Trump. Batizadas de “No Kings” (Sem Reis), as ações ocorreram em todos os 50 estados do país, com previsão de mais de 2.500 atos.
As críticas ao presidente incluem cortes em vários setores das políticas sociais, na saúde e na educação, além da perseguição a imigrantes, que em muitas metrópoles constituem a maior parte da força de trabalho.
Tudo isso se dá no contexto de uma paralisação orçamentária causada pelo impasse na Câmara dos Deputados; nesse período, serviços públicos considerados não essenciais ficam suspensos e funcionários públicos deixam de receber salário até a liberação dos recursos.
Histórico das mobilizações
Em abril, marchas com o lema “Hands Off!” (tradução livre: “Tirem as mãos”) iniciaram uma série de mobilizações que se repetiu em junho sob a bandeira “No Kings”, após a intensificação das batidas do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega) e o envio de 2.000 soldados da Guarda Nacional à Califórnia por Trump para tentar conter os protestos.
A revolta contra a erosão da democracia atribuída a Trump reuniu mais de 200 mil pessoas no National Mall, em Washington, próximo ao Capitólio, sede do Congresso, e à Casa Branca.
O senador Bernie Sanders, referência da esquerda norte-americana, enumerou diante da multidão alegados crimes do presidente, citando operações ilegais do ICE com agentes mascarados, detenção de opositores e censura à imprensa.
Em seu discurso na capital, destacou ainda que o governo Trump age em conluio com a ganância dos mais ricos do planeta, em prejuízo das famílias trabalhadoras, citando bilionários e proprietários de grandes empresas de tecnologia como Elon Musk, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg.
As placas erguidas pelos manifestantes traziam mensagens críticas a Trump, ao ICE e ao neofascismo; outras alertavam sobre os riscos à democracia e denunciavam a relação do presidente com Jeffrey Epstein, além dos crimes recentes cometidos contra venezuelanos no Mar do Caribe.

Além das grandes e pequenas marchas que, em conjunto, levaram milhões às ruas, houve atos em outros países, como Londres, Madri e Barcelona, realizados em frente a embaixadas dos Estados Unidos.








