5 de dezembro de 2025
sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

México usa políticas sociais para reduzir a pobreza

O México registrou o menor índice de pobreza em 40 anos, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEGI). Entre 2018 e 2024, cerca de 13,4 milhões de habitantes saíram da condição de miséria, um avanço que especialistas e órgãos governamentais consideram um marco.

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Segundo as autoridades, esse progresso resulta da Quarta Transformação, iniciativa lançada pelo ex-presidente Andrés Manuel López Obrador e ampliada pela atual chefe de Estado, Claudia Sheinbaum, baseada na prioridade aos mais vulneráveis. Em pronunciamentos recentes, Sheinbaum descreveu a redução da pobreza como uma conquista emblemática e afirmou que é motivo de celebração para o país.

Destacou que, ao longo de quatro décadas, a pobreza não caía de forma contínua, chegando inclusive a piorar em certos períodos. Entre 2006 e 2018, por exemplo, o número de mexicanos em situação precária aumentou em 15 milhões; a presidente classificou isso como um sistema gerador de pobreza. Segundo ela, a diferença atual decorre do enfoque em destinar verbas públicas às camadas mais carentes e promover uma distribuição mais justa dos recursos.

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A melhora nos índices de pobreza veio acompanhada de uma significativa redução da desigualdade social. Dados da Pesquisa Nacional de Renda e Despesa das Famílias indicam que, em 2012, a parcela mais abastada da população tinha renda 38 vezes superior à dos menos favorecidos; atualmente essa proporção é de 14 vezes. Sheinbaum atribuiu esse recuo ao fato de o governo ter reassumido funções antes delegadas à iniciativa privada.

Políticas que impulsionaram a mudança

O reajuste recorde do salário mínimo é apontado como um dos principais fatores dessa transformação. Em seis anos, o valor básico dobrou sem impactar a inflação, e a proposta oficial é que ele atinja o equivalente a duas cestas básicas e meia; hoje cobre 1,8 cestas básicas. Em 2025, o aumento foi de 12,5%, medida que, segundo a presidente, estimulou a elevação de outras faixas salariais e fortaleceu a demanda interna.

Os programas de bem-estar também tiveram papel crucial, deixando de ser iniciativas isoladas para se tornarem garantias permanentes. Entre eles destacam-se a Pensão Universal para idosos, que atende 13 milhões de beneficiários; auxílios a alunos de escolas públicas; suporte financeiro a agricultores familiares; e o projeto Sembrando Vida, voltado para trabalhadores do campo. Juntas, essas ações beneficiam mais de 30 milhões de domicílios.

Investimentos em infraestrutura e saúde

O financiamento público em empreendimentos de grande porte complementou a estratégia. Obras como o Trem Maia, o Corredor Interoceânico e a refinaria de Dos Bocas não só modernizaram a infraestrutura do país, como também atraíram investimentos externos e fomentaram a geração de empregos com carteira assinada. A proibição do modelo de terceirização também foi citada como medida essencial para estabilizar o mercado de trabalho.

Na área da saúde, a administração recuperou unidades que estavam em deterioração, como a Unidade de Medicina Familiar 93 e o Hospital Regional de Tlajomulco. Sheinbaum ressaltou que o acesso a serviços médicos é um direito constitucional e afirmou que o Instituto Mexicano de Seguro Social representa um patrimônio nacional. Durante essas inaugurações foram anunciadas medidas adicionais, como a ampliação da cobertura previdenciária para mulheres entre 60 e 62 anos.

Um novo paradigma econômico

A expressão Quarta Transformação remete ao movimento político liderado inicialmente por López Obrador e mantido por sua sucessora. O conceito faz analogia com três eventos decisivos da trajetória mexicana: Independência, Reforma e Revolução, simbolizando uma ruptura com políticas neoliberais, a reafirmação do poder estatal e a priorização dos menos favorecidos.

Sheinbaum fez questão de contrastar sua gestão com o período anterior, argumentando que a visão de minimizar o Estado em favor da iniciativa privada mostrou-se ineficaz. Sua administração, ao contrário, reforça a obrigação governamental de assegurar direitos básicos previstos na Constituição.

Embora os números atuais representem um avanço inédito, o governo reconhece que o processo ainda está em desenvolvimento. A consolidação dessas melhorias, segundo as autoridades, depende da manutenção dos programas sociais e da destinação de investimentos para quem mais precisa. Após 40 anos sem progresso significativo, o caso mexicano indica que reverter cenários de desigualdade é possível quando as decisões econômicas privilegiam as necessidades da população mais pobre.

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