4 de dezembro de 2025
quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Líderes alemães e o setor automotivo se unem para flexibilizar normas de emissões

Preocupado com a redução dos lucros e cortes de vagas em toda a indústria automobilística, o chanceler da Alemanha defende que a União Europeia permita que as próprias montadoras, em vez dos reguladores em Bruxelas, tenham autonomia para escolher como cumprir a meta do bloco de reduzir significativamente as emissões de carbono.

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Apelo por autonomia das montadoras

Depois de se reunir com os dirigentes das fabricantes alemãs e outros representantes do setor, o chanceler Friedrich Merz comprometeu-se, na quinta-feira, 9, a cobrar da União Europeia um recuo na norma que veta a comercialização de veículos novos que emitam carbono a partir de 2035, regulamentação que vem sendo amplamente interpretada como uma proibição dos motores a combustão.

Merz afirmou que pretende defender decisões na União Europeia que viabilizem um amplo avanço tecnológico e a neutralidade climática, não por meio de uma data no calendário considerada inviável, mas por meio de uma orientação clara que abra as oportunidades necessárias às empresas alemãs.

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Desafios no mercado externo

A indústria enfrenta a queda da demanda na China, o maior mercado automotivo do mundo, e as montadoras alemãs têm registrado redução constante nas vendas nos últimos anos; as tarifas impostas pelo governo dos EUA agravaram ainda mais esse cenário.

A Porsche passou a acompanhar BMW e Mercedes-Benz, registrando resultados de vendas mais fracos na China, onde os consumidores têm preferido marcas locais mais acessíveis, como BYD e Xiaomi. Na quarta-feira, 8, as ações da BMW caíram 7% depois que a empresa cortou sua previsão de lucro e fluxo de caixa, citando as tarifas norte-americanas.

Consequências sociais e econômicas

A situação tem impacto em comunidades de todo o país: segundo um estudo da EY, a indústria automobilística eliminou cerca de 51,5 mil postos de trabalho entre junho de 2024 e 2025, e entidades do setor alertam que novas perdas podem aprofundar a fragmentação política na Alemanha.

Como parte das medidas para fortalecer a indústria e tornar os veículos elétricos mais atrativos, Merz anunciou um incentivo de €3 bilhões (aproximadamente US$3,5 bilhões) destinado a ajudar famílias de baixa renda na aquisição de carros elétricos, programa que começará no ano seguinte e terá duração de três anos.

Debate sobre a transição para a mobilidade elétrica

Merz e dirigentes do setor reiteraram apoio à meta da União Europeia de avançar para uma mobilidade totalmente elétrica, mas as montadoras alemãs sustentam que os consumidores ainda não estão convencidos da tecnologia e que a infraestrutura de recarga nos 27 países do bloco continua insuficiente para eliminar o receio de ficar sem energia durante viagens.

As fabricantes alemãs defendem que a regra seja flexibilizada para autorizar veículos híbridos, com motor a combustão e elétrico, e também motores a combustão que utilizem combustíveis ambientalmente sustentáveis.

Relação entre exportações e emprego

Hildegard Müller, presidente da Associação Alemã da Indústria Automotiva, ressaltou que 70% dos empregos do setor estão vinculados às exportações e observou que países distintos estão apostando em tecnologias diferentes.

Müller afirmou que, para manter os números de vendas e, consequentemente, os níveis de emprego no país, é preciso oferecer uma variedade de tecnologias neutras em termos climáticos.

A Alemanha terá de persuadir outros países da União Europeia a apoiar sua posição e espera contar com o alinhamento de nações que também possuem grande indústria automobilística, como República Tcheca, França, Hungria, Itália e Espanha.

Pressão contrária de empresas do setor elétrico

No mês passado, mais de 150 empresas do segmento de veículos elétricos, entre elas Samsung, Uber e as montadoras Volvo e Polestar, assinaram uma carta aberta solicitando à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a manutenção do compromisso com a meta de 2035.

Na carta, as empresas afirmaram que setores e companhias comprometeram centenas de bilhões de euros em novos investimentos, gerando mais de 150 mil novos empregos, desde gigafábricas de baterias na França e na Alemanha até fábricas de automóveis, novas ou modernizadas, na Eslováquia e na Bélgica.

As signatárias advertiram que adiar a meta de 2035 ou ampliar o foco após essa data para tecnologias de transição menos eficientes atrapalharia esses avanços coletivos, minaria a confiança dos investidores e entregaria vantagem permanente aos concorrentes globais.

O conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de inteligência artificial e revisado pela equipe editorial.

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