Cinco senadores norte-americanos propuseram, nesta quinta-feira, uma medida legislativa para revogar as taxas impostas pelo ex-presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros.
O senador democrata Tim Kaine, da Virgínia, criticou a decisão: “As tarifas estabelecidas por Trump contra o Brasil, supostamente para proteger um aliado político, são inaceitáveis.”
Além de Kaine, assinam a resolução os democratas Chuck Schumer, Jeanne Shaheen e Ron Wyden, além do republicano Rand Paul.
Contexto das tarifas
Em julho, Trump anunciou a imposição de taxas de 50% como retaliação às ações judiciais contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, condenado recentemente por seu envolvimento nos eventos de 8 de janeiro de 2023.
Quarenta por cento dessa tributação foi aplicada com base na Lei de Poderes Econômicos Emergenciais Internacionais, que autoriza o presidente a regular as relações comerciais em situações excepcionais.
Críticas às medidas
Kaine classificou as tarifas como parte de “uma política comercial desastrosa que eleva os preços para os cidadãos norte-americanos no dia a dia.”
O senador disse ainda: “Quando esta proposta for votada, espero que congressistas de todos os partidos priorizem os interesses econômicos da população, não disputas pessoais.”
Schumer apoiou a posição e acusou Trump de manipular a política externa em benefício próprio: “A declaração de emergência após as acusações contra Bolsonaro representa um abuso de poder. Nossos cidadãos não podem pagar por esses caprichos políticos.”
Divergências internas
Até mesmo Rand Paul, que também vê uma suposta perseguição a Bolsonaro, questionou a legalidade da medida: “A IEEPA não autoriza o presidente a decretar tarifas unilateralmente. Essa competência é do Congresso.”
Os parlamentares destacaram ainda os laços comerciais entre os dois países, lembrando que os EUA mantêm superávit na relação bilateral, que gera aproximadamente 130 mil empregos em território norte-americano.
Segundo os senadores, uma escalada desse conflito comercial elevaria os custos aos consumidores, prejudicaria as duas economias e poderia aproximar o Brasil da China.








