O ouro, um dos metais mais valiosos do mundo, está presente não apenas em joias, mas também em dispositivos eletrônicos que usamos diariamente. Surpreendentemente, esse metal precioso pode ser encontrado em células de celulares, placas de circuito e até micro-ondas, contribuindo para sua eficiência elétrica.
Como o ouro é um excelente condutor que não corrói, torna-se um material ideal para diversas aplicações tecnológicas. Contudo, o descarte inadequado desses produtos resulta em uma perda significativa desse recurso valioso; em 2023, cerca de 53 milhões de toneladas de lixo eletrônico foram descartadas.
A solução para esse problema pode estar na reciclagem inteligente. Pesquisadores da ETH Zurich desenvolveram um método inovador que utiliza proteínas do soro do leite, um resíduo da indústria do queijo, para extrair ouro de forma sustentável. Confira a seguir o processo:
Filtragem de ouro com produtos do queijo
1. Transformação da proteína: Após tratamento químico, o resíduo do queijo torna-se uma “esponja” eficaz.
2. Dissolução: As placas de circuito são dissolvidas em ácido, liberando os metais.
3. Filtragem seletiva: A “esponja” captura somente o ouro, separando-o dos outros metais.
4. Recuperação: O ouro é purificado e transforma-se em pepitas de 22 quilates.
Com apenas 10 placas de circuito, é possível extrair ouro no valor de R$ 170 mil, evidenciando o potencial econômico dessa técnica.
Cuidado: não tente isso em casa
Embora a extração de ouro pareça promissora, o processo envolve ácidos perigosos e precisa de controle especializado. A intenção da pesquisa é estabelecer uma solução industrial sustentável, não incentivar experimentos caseiros. Este método sustentável abre espaço para uma economia circular, permitindo que resíduos se tornem recursos valiosos.
A melhor prática atualmente é descartar eletrônicos antigos de forma correta em pontos de reciclagem. O futuro pode surpreender: o que é lixo hoje pode se transformar em ouro amanhã.
