1 de junho de 2025
domingo, 1 de junho de 2025

A carreira das índias e o gargalo logístico para a Ásia

O comércio com a China, embora beneficie das rotas marítimas estabelecidas, enfrenta um desafio logístico significativo. O verdadeiro obstáculo não está nas navegações, mas sim na infraestrutura ferroviária, especificamente na conexão entre a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia de Integração Leste-Oeste (Fiol).

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A Carreira das Índias, que remonta ao século XVI, foi crucial para o comércio português. Com a chegada ao Brasil em 1500, os portugueses estabeleceram rotas que conectavam a Europa à Ásia, impulsionando o comércio com a Índia e, posteriormente, com a China. A partir de 1513, quando o navegador Jorge Álvares chegou a Tamão, os portugueses tornaram-se os primeiros europeus a interagir com a China Imperial, embora os primeiros esforços diplomáticos, como a missão de Fernão Pires de Andrade em 1517, não tenham sido bem-sucedidos. Foi só em 1557 que a presença portuguesa se consolidou em Macau, um ponto estratégico de ligação entre Europa, Japão e China.

A Rota do Caminho das Índias continua a ser a principal via de exportação brasileira, especialmente para os navios de grande capacidade. Essa rota, partindo do Porto de Santos, passa pelo Canal do Panamá e se estende até os portos chineses, cobrindo cerca de 19 mil km em um período de 30 a 35 dias. Apesar de mais longa, a Rota do Cabo da Boa Esperança oferece custos mais baixos e maior capacidade de navios, com um trajeto de 22 mil a 24 mil km que leva de 35 a 45 dias.

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Recentemente, novas rotas foram inauguradas para facilitar o comércio com a China. A conexão do Porto de Gaolan, em Zhuhai, com os portos brasileiros de Santana e Salvador é um exemplo disso, reduzindo o tempo de transporte em até 15 dias e os custos logísticos em mais de 30%. A construção de um novo terminal em Ilhéus também promete expandir o complexo portuário do Brasil.

Embora a conexão com o mega-porto de Chancay, no Peru, seja importante, o verdadeiro desafio reside em diversificar as rotas logísticas e aliviar os portos já congestionados. Santos, que representa 28% das exportações brasileiras, é um dos principais pontos de embarque, enquanto outros portos como Paranaguá, Itaguaí e Pecém desempenham papéis igualmente significativos na exportação de commodities.

A logística do comércio com a China deve enfrentar gargalos, especialmente com o crescimento da safra de grãos, em especial a soja. O sistema ferroviário, incluindo a conexão entre as ferrovias Fico e Fiol, ainda está em desenvolvimento e requer atenção e investimento para evitar futuras interrupções no comércio.


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Ulisses Mantovani

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