As consequências da poluição do ar se tornam cada vez mais alarmantes, como demonstrado em um novo relatório da Agência Europeia do Meio Ambiente (AEMA). O estudo revela que, em 2022, a poluição atmosférica resultou em 1.270 mortes prematuras no País Basco, refletindo uma crise de saúde pública que requer atenção imediata.
Impacto da poluição do ar no País Basco
Conforme mencionado no relatório “Danos à saúde humana pela poluição do ar na Europa”, as partículas finas (PM2,5), o dióxido de nitrogênio e o ozônio estão entre os principais agentes responsáveis por essa elevada mortalidade. O estudo destaca que a província de Bizkaia registrou a maior parte das fatalidades, com 60% das mortes ocorrendo nessa região. A Zona do Baixo Nervión foi identificada como a mais afetada, especialmente pelas partículas PM2,5, que geraram 65% das mortes atribuídas à poluição.
A falta de monitoramento adequado das partículas PM2,5 tem sido uma preocupação, uma vez que as medições só começaram em 2020. Esse atraso dificulta a implementação de estratégias eficazes para controlar os níveis de poluição, considerando que os riscos associados a essas partículas já eram compreendidos há décadas.
Críticas e demandas de ação
A organização Ekologistak Martxan manifesta inquietação com a inação das autoridades diante da crise. A ONG critica a morosidade na criação do Plano de Melhoria da Qualidade do Ar para a Zona do Baixo Nervión, que já se encontra em níveis críticos desde 2016. Além disso, a necessidade de um plano específico para lidar com a poluição por ozônio é enfatizada, apelo que já foi reforçado pela Defensoria Pública (Ararteko).
Concentrações de poluentes, mesmo não excedendo os limites da Organização Mundial da Saúde, podem ter efeitos nocivos à saúde. A AEMA estima que o total de mortes atribuídas à poluição no País Basco poderia alcançar 2.655 em 2022. Isso representa uma significativa fração das 24.203 mortes registradas na região naquele ano.
Necessidade de medidas proativas
A Ekologistak Martxan classifica a situação atual como insustentável e demanda que as autoridades implementem medidas para reduzir o trânsito de veículos a motor, principal responsável pela deterioração da qualidade do ar. Desde janeiro de 2023, todos os municípios com mais de 50 mil habitantes são obrigados a criar Planos de Mobilidade com Zonas de Baixas Emissões.
Para que essas estratégias sejam bem-sucedidas, a ONG sublinha a importância de monitorar continuamente a qualidade do ar, especialmente em áreas críticas. A instalação de pontos de amostragem é vista como essencial para assegurar a precisão das medições e evitar distorções resultantes de intervenções urbanísticas inadequadas.
A situação da poluição do ar no País Basco é um claro chamado à ação, destacando a urgência de políticas que priorizem a saúde pública e um meio ambiente mais limpo. O caminho a seguir deve ser marcado por estratégias eficazes e um compromisso inabalável para combater essa ameaça.