Os Estados Unidos (EUA) vão fechar o espaço aéreo a aviões russos, seguindo o exemplo da União Europeia (UE) e de outros países. O anúncio foi feito na noite passada pelo presidente norte-americano Joe Biden, em seu primeiro discurso de Estado da União.
Nas últimas horas, o governo canadense anunciou também sanções e decidiu fechar os portos aos navios russos.
Bolsa de Moscou
O Banco da Rússia informou que vai manter a Bolsa de Valores de Moscou fechada pelo terceiro dia consecutivo, ao mesmo tempo em que o maior banco russo anunciou que vai abandonar o mercado europeu.
Nos dois casos, as decisões resultam do impacto das sanções econômicas da comunidade internacional, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
O Sberbank, principal banco russo, anunciou a saída do mercado europeu, depois de ter sido atingido pelas sanções financeiras internacionais.
“Na situação atual, o Sberbank decidiu retirar-se do mercado europeu. Os bancos subsidiários do grupo são confrontados com saídas de dinheiro anormais e ameaças à segurança dos empregados e escritórios”, disse o grupo, em comunicado citado pela imprensa russa.
O Banco da Rússia informou, também em comunicado, que decidiu não retomar a negociação de títulos na Bolsa de Valores de Moscou, adiantando que irá rever a decisão nesta quinta-feira.
A Bolsa de Moscou está fechada desde segunda-feira (28), depois de a UE, os Estados Unidos, o Canadá e outros parceiros terem excluído alguns bancos russos do sistema de comunicação interbancária internacional Swift, um golpe sem precedentes para isolar o país do sistema financeiro global.
O rublo registrou então queda abrupta. Ao fechar a bolsa nos últimos três dias, a Rússia tem tentado evitar queda maior do que aofreu o Índice Moex, com o mercado de ações caindo 45% e as principais ações perdendo mais de 58%.
O Banco da Rússia espera que as medidas tomadas para estabilizar o mercado tranquilizem os investidores.
Entre outras medidas, decidiu permitir às instituições atingidas por sanções a utilização da reserva de capital acumulado para continuarem a funcionar e aumentou as taxas de juro para 20%, enquanto o governo decidiu utilizar até 1 bilhão de rublos do Fundo Nacional de Bem-Estar – alimentado pelas receitas petrolíferas e uma espécie de “almofada” para usar em tempos de crise – para a compra de ações de empresas russas.
O país lançou na madrugada do último dia 24 ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeio de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A Organização das Nações Unidas (ONU) citou mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polônia, Hungria, Moldávia e Romênia.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, acrescentando que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela comunidade internacional. A União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições à Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscou.