“Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.” Êxodo 20:12
Reflexão:
Honrar pai e mãe é mais do que um gesto bonito ou um valor cultural — é um princípio eterno, um mandamento com promessa que revela o coração de Deus para as famílias e as gerações.
Eu confesso que, quando fui convidada a escrever sobre esse tema, meu coração se encheu de sentimentos misturados. Logo eu, que moro tão longe do meu pai — aqui na Inglaterra, enquanto ele está no Brasil. Logo eu, que há quase seis anos me despedi online da minha mãe, que agora vive na eternidade, com Jesus.
Mas o Espírito Santo sussurrou ao meu coração algo profundo: “Você honra seus pais quando carrega o legado deles no seu coração, quando vive o que aprendeu com eles, quando transmite isso aos seus filhos.”
E isso tem se tornado verdade viva em mim. Honra é mais que presença física. É memória, é prática, é continuidade. É quando repito para meus filhos os conselhos simples do meu pai. É quando vejo em mim a força da mulher de oração que foi minha mãe. É quando escolho o bem, porque sei que eles plantaram isso em mim.
A Bíblia está cheia de exemplos de filhos que honraram seus pais — e foram abençoados por isso. José, mesmo traído pelos irmãos e separado do pai por tantos anos, permaneceu fiel à educação que recebeu. Quando teve poder no Egito, não se esqueceu de seu pai Jacó, mas o acolheu com honra e supriu suas necessidades nos dias finais. Rute, que não apenas honrou a sogra Noemi com lealdade e trabalho, mas também preservou a honra da linhagem familiar, tornando-se parte da genealogia de Jesus. E Salomão, que ao assumir o trono, lembrou-se das palavras de seu pai Davi e pediu sabedoria para governar — o que agradou tanto ao Senhor que Ele lhe deu ainda mais do que pediu.
Honrar não depende da perfeição dos nossos pais nem da nossa proximidade física. Depende de um coração ensinável, grato e disposto a honrar a Deus através da forma como tratamos nossa origem.
Exortação amorosa:
Se você tem vivido distante — fisicamente ou emocionalmente — dos seus pais, pergunte ao Espírito Santo como restaurar a honra. Talvez isso signifique um pedido de perdão, uma ligação há muito adiada ou simplesmente uma mudança de atitude no modo como você fala deles. Não espere “sentir vontade”. Honra não nasce da emoção, nasce da obediência. E da obediência nasce a bênção.
Mesmo que seus pais não tenham sido ideais, honrar é reconhecer o lugar que Deus deu a eles em sua história. Você não precisa repetir erros, mas pode redimir o legado — com amor, perdão e sabedoria.
Atividade prática da semana:
Se você mora longe dos seus pais:
– Escreva uma carta ou grave um vídeo intencional, falando sobre o que mais admira neles e como isso continua ecoando na sua vida. Envie.
– Conte aos seus filhos ou amigos uma história marcante da sua infância, transmitindo os valores herdados com gratidão.
Se você mora perto dos seus pais:
– Faça uma visita com propósito: ouça, aprenda, agradeça.
– Faça um bolo e vá tomar um café com eles ou os convide para tomar um café na padaria.
– Demonstre honra de forma prática — com palavras, com serviço, com tempo.
Se seus pais já faleceram:
– Honre-os vivendo com excelência, fé e generosidade.
– Compartilhe o legado que deixaram com seus filhos, netos ou pessoas próximas. Escreva sobre eles.
– Mantenha viva a memória que edifica.
Oração final:
“Pai, obrigada pelos pais que o Senhor me deu. Mesmo em meio às distâncias, saudades ou feridas, ensina-me a viver com honra. Que eu seja canal de reconciliação, de memória e de legado. Que meus filhos saibam de onde vieram — e vejam em mim a continuidade do amor que recebi. Em nome de Jesus, amém.”
