No Centro-Oeste brasileiro, a natureza molda a culinária com uma abundância de frutos e peixes que refletem a diversidade local. A gastronomia de Bonito, em Mato Grosso do Sul, é um voo sobre influências indígenas, tradições de tropeiros e heranças pantaneiras.
Os ingredientes frescos de Bonito, como a guavira e o jaracatiá, fazem parte do rico cardápio da região. Os peixes típicos como a piraputanga, o pacu, o dourado e o pintado são preparados de maneiras surpreendentes, enriquecendo a experiência gastronômica. Durante uma visita à cidade, pude vivenciar essa fusão culinária.
Sabores sul-mato-grossenses
A cidade de Bonito, situada entre o Cerrado e o Pantanal, é um verdadeiro paraíso para os amantes da natureza e da boa comida. O chef Sylvio Trujillo, do renomado Bacuri Cozinha Regional, traz à mesa pratos que representam a riqueza cultural da região. Entre as delícias, destaca-se o sashimi do piloteiro, uma iguaria que remete às tradições de pesca locais, além de outros pratos que incorporam frutos nativos em receitas surpreendentes.
Além da guavira, a chef apresenta a chipa guazú, semelhante à sopa paraguaia, e pratos que utilizam a piraputanga com legumes sofritos, proporcionando uma experiência autêntica da culinária da região. A harmonização com vinhos da vinícola Terroir Pantanal complementa essa experiência, destacando a riqueza dos produtos locais.
Pacu e churrasco pantaneiro
Na Fazenda Santuário, a chef Magda Moraes do Aipim Restaurante, preparou um pacu assado na folha de bananeira, um verdadeiro deleite que combina bem com o arroz de guariroba. Para abrir o apetite, um caldinho de piranha e sopa paraguaia foram servidos antes da refeição principal. O churrasco pantaneiro, que inclui a famosa ponta de costela e o surtum, é outra tradição a ser saboreada, feita de maneira rústica e acompanhada por saladas frescas.
Boca da Onça e sinfonia pantaneira
As delícias de Bonito não se limitam à gastronomia. A Fazenda Boca da Onça proporciona experiências de ecoturismo, como trilhas e rapel, culminando em vistas deslumbrantes. A cachoeira mais alta do estado, com 156 metros de altura, é um espetáculo à parte e complementa a conexão com a natureza.
Para encerrar um dia perfeito em Bonito, é indispensável visitar o Juanita Restaurante, onde a chef Juanita apresenta o pacu na brasa, tirinhas de jacaré e a sinfonia pantaneira: um prato caldoso que mistura cauda de jacaré, pintado e carne de pacu. Essa receita é uma verdadeira celebração dos sabores do Pantanal, resultando em uma experiência gastronômica que, com certeza, enriquece ainda mais a cheia de tradições e gostos que Bonito tem a oferecer.
