Pequenas mudanças na rotina diária podem transformar a qualidade de vida e favorecer um envelhecimento mais saudável. No Brasil, cresce o número de pessoas que adotam o autocuidado como estratégia para prevenir problemas de saúde. Em qualquer idade é possível começar a se cuidar e pensar na longevidade.
O relatório “Uma nova visão do cuidado: o poder das rotinas de cuidados pessoais”, elaborado pela Kenvue em colaboração com a Kantar, demonstra essa tendência.
Segundo a pesquisa, 70% dos brasileiros gostariam de ter começado práticas de cuidado pessoal mais cedo, percentual superior à média global (59%). Além disso, 47% dos entrevistados passaram a incorporar recentemente cuidados pessoais à rotina para prevenir problemas futuros, índice acima do observado na Europa e na América do Norte (31%).
De acordo com Karina Barros, diretora médica associada da Kenvue, há no Brasil uma percepção crescente de que cuidar de si equivale a construir saúde e longevidade para o futuro.
Muitos adultos reconhecem, tardiamente, quanto pequenas atitudes teriam influenciado positivamente a saúde ao longo da vida.
Mas o que é autocuidado?
Karina esclarece que o autocuidado envolve a adoção de hábitos e atitudes que favorecem a saúde de forma integrada: física, mental e emocional, ultrapassando a esfera apenas estética. Trata-se de escolhas cotidianas que ajudam a prevenir doenças, manter o equilíbrio e promover bem-estar.
O conceito engloba, entre outras ações, a ampliação do letramento em saúde e a manutenção de rotinas consistentes, como sono reparador, alimentação balanceada, prática regular de exercícios, redução de riscos como álcool e tabagismo, proteção solar adequada, higiene bucal completa e atenção à saúde emocional, afirma a médica.
Conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde), o primeiro pilar do autocuidado é o letramento em saúde: o acesso à informação aumenta a probabilidade de adoção de hábitos saudáveis no cotidiano. Esse princípio também foi reforçado pela Declaração de São Paulo sobre Autocuidado, lançada em 2023.
Adotar essas práticas em qualquer fase da vida gera benefícios reais; não existe um momento “tarde demais” para começar.
Autocuidado e longevidade
A introdução de hábitos saudáveis na rotina está diretamente relacionada a uma longevidade com qualidade e contribui para a sustentabilidade do sistema de saúde. Em longo prazo, o autocuidado não significa apenas viver mais, mas também viver melhor, com maior autonomia, disposição e menos impacto de problemas evitáveis.
O autocuidado funciona essencialmente como prevenção: uma rotina adequada pode reduzir a ocorrência de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e enfermidades cardíacas, além de beneficiar a saúde bucal e da pele.
No campo da saúde mental, o autocuidado desempenha papel relevante, sobretudo diante dos múltiplos estímulos e pressões da vida moderna, já que o bem-estar físico e mental são interdependentes.
Práticas como exercício físico regular, sono suficiente e vínculos sociais contribuem para reduzir ansiedade e estresse. Hábitos simples auxiliam na autorregulação emocional, trazendo mais clareza, equilíbrio e resiliência diante das demandas diárias.
Na simplicidade da rotina
O aspecto central do autocuidado é a simplicidade: não se trata de mudanças drásticas de um dia para o outro, que muitas vezes prejudicam mais do que ajudam.
O autocuidado não precisa ser complexo nem consumir muito tempo; pequenas pausas estratégicas ao longo do dia já fazem diferença.
Alguns exemplos práticos incluem dedicar breves momentos à respiração profunda, aplicar protetor solar, fazer refeições com atenção, manter horários regulares de sono e seguir uma higiene bucal completa com os três passos: escovação, limpeza interdental e uso de enxaguante bucal.
Recomenda-se começar por medidas simples e factíveis; são escolhas que se encaixam mesmo em rotinas apertadas e costumam melhorar a disposição e a produtividade.
O corpo dá sinais
Viver sem incorporar hábitos básicos de autocuidado pode trazer custos elevados no futuro; por isso 70% dos brasileiros gostariam de ter iniciado esses cuidados mais cedo. Quando as consequências aparecem, corpo e mente costumam sinalizar o desequilíbrio.
Quando uma pessoa está constantemente no limite, sem espaço para cuidar de si, isso indica que o autocuidado foi negligenciado. Nesses casos, é importante reavaliar a rotina e, se necessário, procurar orientação profissional para restabelecer o equilíbrio, alerta a diretora médica associada da Kenvue.
Mais do que uma moda, o autocuidado é uma prática que fortalece o presente e projeta um futuro mais saudável, inclusive em termos coletivos. Pequenas decisões diárias podem resultar em ganhos significativos ao longo da vida.
O autocuidado favorece a longevidade e, igualmente, proporciona qualidade de vida. Cuidar de si é o passo inicial para viver com mais equilíbrio, vitalidade e bem-estar.








