A ligação entre saúde mental e a degradação ambiental tem se tornado um importante tema de discussão. Relatórios da Organização Mundial da Saúde indicam que fenômenos climáticos extremos e mudanças ambientais têm uma forte relação com o aumento de transtornos mentais como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático.
O conceito de “solastalgia” surge nesse contexto, descrevendo a sensação de sofrimento emocional causada pela degradação ambiental. Criado pelo filósofo Glenn Albrecht em 2005, o termo reflete o sentimento dos moradores do Vale de Hunter, na Austrália, que enfrentaram a devastação de seu habitat devido à mineração de carvão.
Desde sua criação, “solastalgia” se refere a reações emocionais a perdas de conexão com a natureza. Sintomas incluem tristeza, ansiedade e depressão, afetando particularmente aqueles em áreas ambientalmente vulneráveis.
Sintomas e Grupos Mais Afetados
Especialistas como Rafaela Ferreira Rocha alertam para sinais emocionais de solastalgia, que surgem de mudanças abruptas no ambiente como desmatamento e poluição. Populações em regiões de desmatamento, áreas agrícolas, indígenas, e jovens ativistas são frequentemente mais impactados.
Ansiedade Ecológica
A ansiedade ecológica é um sentimento crescente, especialmente entre os jovens, conforme estudos mostram o temor em relação ao futuro. Este sentimento pode surgir nas cidades devido à redução de áreas verdes e ao aumento da poluição.
Enfrentando a Solastalgia
Identificar quando a dor está ligada à crise ambiental é complexo, mas o autoconhecimento e a psicoeducação são passos iniciais eficazes. O tratamento pode incluir terapia psicológica e educação ambiental, ajudando a formar uma resistência mental e a adoção de um comportamento mais proativo e informado.
O engajamento em ações ambientais concretas, a reconexão com a natureza e o consumo consciente de informações podem ser benéficos. Enfrentar esses desafios coletivamente reforça a necessidade de um mundo sustentável envolvendo todos em busca de soluções.
Por Nayara Campos
