22 de junho de 2025
domingo, 22 de junho de 2025

O estresse prolongado pode contribuir para o aparecimento de câncer

É comum conhecer pessoas que enfrentaram o câncer e, em algumas situações, há a suspeita de que o estresse prolongado possa ter contribuído para o surgimento da doença. Mas será que existe uma base científica sólida para essa relação? Seria viável que problemas familiares, profissionais ou sociais levassem ao desenvolvimento de células com mutações no DNA?

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Os hormônios do estresse e sua relação com o câncer

Quando estamos sob pressão, o corpo libera hormônios como glicocorticoides (cortisol) e catecolaminas (adrenalina e noradrenalina). Esses hormônios preparam o organismo para reações rápidas de luta ou fuga, priorizando o abastecimento do cérebro e músculos, enquanto funções como o combate a infecções e a eliminação de células anormais ficam em segundo plano.

Embora essa resposta seja benéfica a curto prazo, o estresse crônico está associado a várias condições de saúde, como doenças cardíacas e dificuldades na cicatrização. Estudos recentes também mostram a ligação entre estresse prolongado e doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.

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Apesar de a Organização Mundial da Saúde não considerar o estresse como uma causa direta do câncer, o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos observa que o estresse pode levar a comportamentos prejudiciais à saúde, como o fumo e o consumo excessivo de álcool, que aumentam o risco de câncer.

Evidências experimentais

A pesquisa sobre a conexão entre estresse e câncer ainda apresenta resultados inconclusivos, principalmente devido ao número elevado de variáveis que influenciam cada pessoa. No entanto, novos estudos mostram um possível vínculo entre o estresse psicológico e o desenvolvimento de tumores.

Pesquisas em laboratório têm revelado que a ansiedade e o estresse podem comprometer a função do sistema imunológico, essencial para eliminar células pré-cancerígenas. Um dos genes crucialmente afetados é o que codifica a proteína p53, importante na supressão tumoral. Pesquisas indicam que o cortisol pode prejudicar a função dessa proteína, contribuindo para o crescimento de tumores.

Observações em humanos confirmam que pessoas com síndrome de Cushing, que produzem excessivamente cortisol, têm maior propensão ao desenvolvimento de tumores.

Monitoramento de marcadores de estresse

Na era das ciências “ômicas”, é possível medir uma vasta gama de moléculas no organismo, incluindo hormônios do estresse, ao longo do tempos. Estudos recentes têm identificado marcadores que podem estar relacionados ao estresse psicológico, permitindo validar hipóteses sobre sua associação com o surgimento do câncer.

Em resumo, existem evidências experimentais que sugerem que os hormônios do estresse podem influenciar o desenvolvimento do câncer. Eles podem causar mutações no genoma, enfraquecer a resposta imunológica e desativar fatores supressores de tumores. Assim, o medo crônico e o estresse psicológico podem não apenas facilitar mutações, mas também reduzir a eliminação de células alteradas.


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