Quando uma personalidade de alcance global no esporte, como Kelly Slater, torna público um assunto de saúde, o tema recebe mais atenção e provoca reflexões relevantes. Aos 53 anos, o ícone do surfe anunciou ter sido diagnosticado com escoliose. Divulgou também as adaptações e os cuidados necessários para manter o desempenho atlético em alto nível, mesmo após uma carreira vitoriosa. Ao publicar imagens de sua coluna nas redes sociais, reforça a importância do tema e estimula o debate sobre os riscos da escoliose no dia a dia.
A condição altera a conformação da coluna, causando uma curvatura lateral que pode agravar-se com o tempo. Os sinais iniciais costumam ser discretos: algumas pessoas notam pequenas diferenças nos ombros, braços ou quadris; outras só detectam a alteração ao realizar exames por outros motivos. Em muitos casos, a escoliose progride de forma silenciosa, o que dificulta o reconhecimento precoce. Por isso, observar detalhes sutis no próprio corpo torna-se essencial.
O que é a escoliose e quais são os fatores de risco?
A escoliose tem múltiplas origens e pode surgir em crianças ou em adultos. A forma idiopática, sem causa definida, corresponde à maior parte dos casos, sobretudo entre adolescentes. Malformações congênitas da coluna e doenças neurológicas também estão entre as causas possíveis. A predisposição genética eleva a probabilidade de desenvolvimento da alteração. Portanto, o histórico familiar deve ser levado em conta na avaliação.
- Curvaturas acentuadas comprometem a postura, limitam a mobilidade e, em determinadas situações, interferem no funcionamento de órgãos.
- Pessoas diagnosticadas durante o período de crescimento correm maior risco de piora do quadro.
- Pessoas do sexo feminino têm probabilidade substancialmente maior de progressão da alteração.
Quais complicações podem estar associadas à condição?
Sem acompanhamento e tratamento adequados, a escoliose pode acarretar consequências que vão além do desconforto ou da dor. Em estágios avançados, surgem assimetrias corporais visíveis. Podem ocorrer alterações na marcha, redução da capacidade respiratória e até repercussões no equilíbrio do sistema cardiovascular. Essas dificuldades exigem mudanças na rotina e vigilância contínua, inclusive para atletas de alto rendimento como Slater. Além do aspecto físico, a autoestima pode ser afetada quando as mudanças posturais se tornam perceptíveis.
- Desgaste das articulações e sobrecarga muscular
- Agravamento do desalinhamento ao longo do tempo
- Repercussões na qualidade de vida, incluindo limitações físicas e emocionais
Como é feito o diagnóstico e quais são as abordagens para o tratamento?
O reconhecimento da escoliose e a avaliação de seus riscos exigem exame clínico detalhado e exames de imagem. A radiografia é essencial para mensurar o ângulo da curvatura e definir o esquema de acompanhamento. A conduta terapêutica varia conforme a gravidade do desvio, o estágio de crescimento do paciente e a presença de sintomas. Desvios menores podem ser apenas observados periodicamente. Desvios mais severos podem requerer o uso de colete corretivo ou intervenção cirúrgica quando há risco de progressão significativa. A fisioterapia também desempenha papel importante na correção postural e no alívio da dor.
Casos como o de Kelly Slater mostram que, apesar dos desafios e das adaptações necessárias, é possível adotar estratégias para reduzir os efeitos da escoliose e continuar a praticar atividades esportivas, profissionais e sociais. O acesso à informação, o diagnóstico em fases iniciais e o compromisso com o acompanhamento médico favorecem a convivência com a condição. Reconhecer alterações posturais e buscar avaliação profissional ao primeiro sinal faz grande diferença para o controle do problema e para a qualidade de vida.








