Recentemente, o cenário do tênis tem sido dominado por debates sobre a sustentabilidade financeira do circuito profissional. Jogadores têm solicitado aumentos nas premiações e criticado diversos aspectos, como o calendário, ranking, horários das partidas e o sistema antidoping. Uma das alegações comuns nesse contexto é que o tênis estaria “quebrado”.
O mineiro André Sá, uma figura experiente no tênis brasileiro, discorda dessa visão pessimista. Ativo em reuniões do Conselho de Jogadores da ATP durante sua carreira, Sá acredita que o tenis ainda oferece oportunidades viáveis para os jogadores. Em entrevista durante o Roland Garros Junior Series, ele destacou que muitos dos atletas de ponta atualmente já enfrentaram desafios semelhantes quando estavam em classificações mais baixas.
Reconhecendo que a possibilidade de ascender é um dos pilares do esporte, Sá afirmou: “O problema estaria se você conseguisse chegar a um nível mais alto e mesmo assim não tivesse oportunidades para se desenvolver e jogar. E no tênis existe essa chance”. Para ele, todos os grandes tenistas já passaram por dificuldades antes de alcançar o sucesso.
Avaliação positiva sobre o tênis brasileiro
Aos 47 anos, Sá tem um histórico impressionante, com 11 títulos em duplas da ATP e uma melhor classificação de 55º no ranking de simples. Ele vê o momento atual do tênis brasileiro de forma otimista, especialmente com Beatriz Haddad Maia consolidando-se no top 20 mundial e João Fonseca emergindo entre os 100 melhores jogadores do mundo aos 18 anos.
Segundo Sá, “Acho que é o melhor momento, não só com a Bia e o João, mas também com os Thiagos [Monteiro e Wild] jogando super bem”. Ele enfatiza a importância das referências, como Haddad Maia e Fonseca, que inspiram a nova geração de jovens tenistas.
Experiência na Tennis Australia e mentoria dos juvenis
Desde 2019, Sá tem atuado como diretor de relações com jogadores da Tennis Australia, o que lhe permite trazer uma vasta experiência de um ambiente competitivo de Grand Slam para o Brasil. Ele comentou: “A experiência de trabalhar com um Grand Slam é uma oportunidade incrível”.
Além disso, Sá também é consultor na Rio Tennis Academy, onde acompanha jovens talentos como Leonardo Storck. Ele aplica seus conhecimentos adquiridos ao longo da carreira para ajudar os jogadores a melhorarem não apenas suas habilidades técnicas, mas também sua compreensão do jogo e da estratégia.
O papel ativo de Sá na formação de novos talentos e seu envolvimento nas discussões sobre o futuro do tênis demonstram que, mesmo diante das dificuldades, há uma trajetória promissora para o esporte no Brasil.