São Caetano do Sul, localizada no ABC Paulista, se destaca como a cidade brasileira com maior proporção de habitantes com ensino superior completo. De acordo com dados preliminares do Censo 2022, divulgados nesta quarta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), metade da população com 25 anos ou mais da cidade cursou pelo menos a graduação.
Com uma população estimada em 165 mil habitantes, São Caetano reafirma sua posição como referência em educação, superando outras cidades brasileiras, inclusive capitais, no percentual de adultos que completaram o ensino superior.
As cidades mais e menos graduadas do Brasil
Entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, São Caetano do Sul é seguida por Niterói (RJ), Florianópolis (SC) e Vitória (ES), todas empatadas com 43% de habitantes com graduação completa. Confira as cidades líderes no ensino superior entre municípios com mais de 100 mil moradores:
– São Caetano do Sul (SP): 50%
– Niterói (RJ): 43%
– Florianópolis (SC): 43%
– Vitória (ES): 43%
– Santos (SP): 41%
– Brasília (DF): 39%
– Curitiba (PR): 39%
– Nova Lima (MG): 38%
– Porto Alegre (RS): 36%
– Valinhos (SP): 35%
Quando o recorte populacional não é aplicado, Águas de São Pedro (SP), com 44% de graduados, entra no ranking das cidades mais educadas, colocando-se atrás apenas de São Caetano.
Já entre os municípios com menor proporção de habitantes graduados, destacam-se cidades periféricas de regiões metropolitanas. Belford Roxo (RJ) ocupa o último lugar, com apenas 5,7% dos seus moradores de 25 anos ou mais com ensino superior completo. Outros destaques negativos incluem Queimados (RJ), com 7,4%, e Francisco Morato (SP), onde o índice é de apenas 6,8%.
Educação no Brasil cresce, mas desafios permanecem
O Censo 2022 revela também que o percentual de brasileiros com ensino superior triplicou em 22 anos, subindo de 6,8% em 2000 para 18,4% em 2022. Esse crescimento acompanha uma redução significativa no número de cidadãos sem instrução ou com menos de um ensino fundamental completo, que caiu de 63,2% há duas décadas para 35,2% no ano passado.
Apesar disso, os dados mostram disparidades significativas. A taxa de mulheres graduadas (20,7%) supera a dos homens (15,8%) na faixa etária com 25 anos ou mais. Por outro lado, entre os que não possuem sequer o ensino fundamental completo, a predominância é masculina, com 37,3%, em contraste com 33,4% das mulheres na mesma situação.
Destaques do Censo 2022 na educação
Os dados são parte da divulgação preliminar da Amostra sobre Educação do Censo 2022. O estudo traça um panorama abrangente da realidade educacional do país, abordando indicadores como frequência escolar, nível de ensino frequentado, média de anos de estudo, nível de instrução e áreas de formação dos que concluíram o ensino superior.
Comparações com os levantamentos de 2000 e 2010 permitem identificar progressos, como o aumento do nível médio de instrução da população, mas também expõem a manutenção de desigualdades sociais e regionais que impedem a democratização do ensino superior no Brasil.
O cenário reafirma a necessidade de políticas públicas mais inclusivas e investimentos em educação de qualidade, especialmente para reduzir os desequilíbrios entre regiões e grupos populacionais. A forte concentração de graduados em determinados municípios reflete, ao mesmo tempo, avanços positivos e desafios que pedem soluções urgentes para promover um desenvolvimento educacional mais equitativo e sustentável em todo o território nacional.








