Acompanhados por seus professores, os alunos serão guiados por um historiador, um antropólogo e um assessor técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A primeira visita está agendada para esta segunda-feira, 13 de maio, a partir das 8h, data que marca o Dia da Abolição da Escravatura no Brasil, instituído em 1888. A Emef Herbert de Souza, de Colina da Serra, iniciará a agenda, seguida por outras visitas nos dias 15, 24 e 29 de maio.
O objetivo das visitas é proporcionar aos alunos o conhecimento sobre o local da Insurreição do Queimado, considerado o maior movimento de revolta dos escravizados no Espírito Santo. Além disso, visa dar maior visibilidade ao lugar como um ponto histórico importante da cidade da Serra e símbolo de resistência do povo negro. Nas ruínas da igreja de São José do Queimado, ainda preservadas, os estudantes terão a oportunidade de aprender sobre os eventos históricos que ali ocorreram.
A Insurreição do Queimado ocorreu em 19 de março de 1849, quando escravizados se revoltaram devido a uma promessa não cumprida feita pelo frei italiano Gregório José Maria de Bene: a construção da igreja de São José garantiria alforria aos cativos. A repressão ao movimento foi severa, resultando na prisão e morte de líderes como Chico Prego, enforcado em 11 de janeiro de 1850.
Além de explorar as ruínas da igreja, os alunos também terão contato com os arredores do local, que apresenta um amplo sítio arqueológico de populações indígenas anteriores à ocupação colonial.
Atualmente, o sítio histórico passa por revitalização pela Secretaria Municipal de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer (Setur) da Serra. As reformas incluem o reforço na estrutura do templo e a criação de acessos para os visitantes, com previsão de conclusão até 2024.
A visita escolar, realizada pela superintendência do Iphan no Espírito Santo, conta com a parceria da Secretaria de Educação da Serra, por meio da Coordenação de Estudos Étnicos-Raciais (CEER), com o intuito de promover a valorização da história e cultura afro-brasileira e indígena e fortalecer uma educação antirracista. Os estudantes realizarão trabalhos pedagógicos relacionados ao tema após o passeio.