O shutdown do governo Trump, que começou nesta quarta-feira (1º), interrompe parte dos serviços federais dos Estados Unidos. Com cortes temporários, demissões em larga escala e a suspensão de pagamentos no horizonte, a Casa Branca publicou um relatório que avalia os efeitos econômicos da paralisação.
O documento aponta que, segundo estimativa do Goldman Sachs, os shutdowns reduzem o PIB trimestral anualizado em cerca de 0,2% por semana, valor semelhante à projeção do Fed (Federal Reserve).
Estimativa de custos imediatos
A Casa Branca calcula que a perda corresponderia a aproximadamente US$ 15 bilhões a cada sete dias.
Segundo o Goldman Sachs, uma paralisação de um mês também resultaria em cerca de 43 mil pessoas desempregadas.
Tomando como referência a paralisação de 2013, que durou 16 dias, a fintech global Fiserv concluiu que a economia de Washington, capital dos EUA, sofreu uma contração “significativamente maior” do que a média das demais regiões.
Nesse episódio, o PCE (índice de gastos do consumidor) da região registrou queda de 5% durante o período.
Programas sociais e beneficiários
Programas sociais são outros gastos federais adiados pela falta de aprovação do orçamento. A Casa Branca menciona, por exemplo, o WIC (Programa Especial de Nutrição Suplementar para Mulheres, Bebês e Crianças), que não terá recursos para outubro e deixará sem suporte cerca de 7 milhões de mães e crianças.
Em relação à força de trabalho federal, a previsão é que mais de 1,9 milhão de funcionários públicos enfrentem dispensas temporárias ou a ausência de pagamento, apesar de muitos continuarem em atividade.
Sem remuneração, o Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca estima que um shutdown de um mês pode reduzir os gastos dos consumidores em US$ 30 bilhões.
Impactos no setor privado
O documento também aponta prejuízos ao setor privado. A Associação de Banqueiros de Consumo avalia que US$ 2 bilhões em empréstimos foram adiados durante uma paralisação anterior, prejudicando o acesso ao crédito e afetando sobretudo pequenos negócios.
Com agências federais operando de forma reduzida, as vendas ao exterior podem cair, já que licenças e certificações de exportação podem deixar de ser emitidas.
O governo de Barack Obama informou que, em 2013, o shutdown impediu a certificação de mais de 2 milhões de litros de bebidas alcoólicas produzidas nos EUA para exportação, além de impedir o processamento de US$ 3 bilhões em empréstimos, garantias e seguros pelo Banco de Exportação-Importação do país.
Contratos federais e cadeias de pagamento
Com cerca de US$ 15 bilhões por semana alocados a contratos federais, sendo mais de US$ 3 bilhões destinados a pequenos negócios, o relatório conclui que empresas perderiam receitas por ausência de trabalho e pela falta de repasses por projetos concluídos, o que também pode provocar demissões no setor privado.
Além da Casa Branca, outras agências federais também estimam prejuízos.
Sem orçamento, a NPCA (Associação de Conservação de Parques Nacionais) projeta que o fechamento de determinados parques, pela falta de verba para operação, acarretaria prejuízo de US$ 1 milhão por dia na receita desses locais, enquanto a perda diária para as comunidades vizinhas poderia atingir US$ 80 milhões.






