15 de dezembro de 2025
segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Coface diz que o Brasil desconhece o seguro de crédito e o considera caro

A presidente da Coface para a América Latina, Marcele Lemos, busca conscientizar o público brasileiro sobre o seguro de crédito: produto ainda encarado como despesa, quando na verdade representa um mecanismo de proteção para as empresas.

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Em conversa com o Capital Insights, programa realizado em parceria entre CNN Money e Broadcast, a executiva ressaltou que, apesar do aumento da inadimplência global, o mercado não atingiu sua capacidade máxima por desconhecimento das empresas sobre essa modalidade de proteção financeira.

“O brasileiro não tem o hábito de se precaver. A maior dificuldade para o seguro é justamente essa questão cultural”, explicou a líder da Coface.

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Durante a entrevista, que faz parte de uma série com personalidades do setor financeiro, Lemos detalhou o funcionamento das seguradoras de crédito e analisou o segmento diante de temas relevantes da economia global, como variação de juros, processos de recuperação judicial e os impactos das tarifas impostas por Donald Trump a partir de agosto.

Como funciona o seguro de crédito para empresas?

Ao contrário de modalidades tradicionais como seguro de vida ou automóvel, essa proteção cobre valores a receber. Quando uma empresa realiza vendas a prazo (por exemplo, 180 dias), a seguradora avalia os clientes, define limites de crédito renováveis durante o período da apólice (geralmente de um a dois anos) e garante o recebimento.

O processo ocorre da seguinte maneira:

  • A empresa vende e concede o prazo
  • O limite se restabelece após o pagamento
  • Em caso de inadimplência, a seguradora inicia cobranças amistosas
  • Se necessário, indeniza o segurado e assume a busca judicial do crédito

O serviço inclui ainda acompanhamento constante da situação financeira dos compradores, notificações sobre riscos e processos de cobrança.

Inadimplência corporativa em alta

Embora dados do Serasa mostrem uma queda de 7% nas recuperações judiciais entre janeiro e abril, esse resultado parte de uma base elevada: em 2024 houve aumento recorde de 68% nesses processos. A partir de maio, os índices voltaram a subir no Brasil e em outros países.

Principais riscos para operações de crédito

O maior perigo continua sendo a própria inadimplência, influenciada por diversos fatores: oscilações no preço de commodities e fertilizantes, fenômenos climáticos como El Niño, variações cambiais e, principalmente, pela elevação das taxas de juros, que saltaram de 2% em 2020 para 15% em 2025.

Baixa adesão ao seguro de crédito

Apenas um terço das empresas utiliza esse serviço. Há dois motivos principais: enxergam o produto como custo adicional em vez de proteção estratégica e desconhecem seus benefícios, que incluem análise de risco, monitoramento financeiro e a possibilidade de usar a apólice como garantia para antecipação de recebíveis.

Impacto das tarifas americanas

As medidas comerciais dos EUA elevaram em 33% a procura por seguros de crédito para exportação neste ano. Em contextos econômicos instáveis, as empresas buscam mais proteção para manter suas operações de forma sustentável.

Planos de expansão da Coface

Com crescimento anual de 14%, a empresa pretende até 2027:

  • Aprimorar sistemas de dados e inteligência artificial para análises
  • Expandir serviços de informação e cobrança global
  • Integrar sistemas com clientes
  • Implementar iniciativas de sustentabilidade alinhadas à legislação francesa
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Ana Morelli Nunes

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