12 de dezembro de 2025
sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

O potencial inflacionário dos salários é maior em economias emergentes

A probabilidade de que pressões salariais elevem a inflação parece limitada na maior parte das economias avançadas, enquanto o custo unitário do trabalho aumentou de modo marcante nas economias emergentes no período pós-pandemia, elevando o risco de desancoragem das expectativas inflacionárias. Assim, em alguns países, a convergência da inflação às metas pode atrasar, deixando os bancos centrais com o desafio de conciliar mercados de trabalho mais frouxos e pressões de preços mais fortes.

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Essas observações constam do relatório “Mercados de trabalho em um ponto de inflexão: tendências de enfraquecimento em meio a elevada incerteza”, divulgado pelo BIS, Banco de Compensações Internacionais, que destaca os contrastes entre os mercados de trabalho das economias avançadas e das emergentes.

O documento aponta que, enquanto os mercados de trabalho nas economias emergentes permanecem, em grande parte, estáveis, o desemprego tem aumentado em várias economias avançadas, e indicadores prospectivos sinalizam um enfraquecimento adicional.

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Contrastando cenários entre economias

Segundo os autores, fenômenos cíclicos explicam parte dessas mudanças, mas também atuam forças estruturais de longo prazo, incluindo processos de desregulamentação e pressões demográficas: envelhecimento, fluxos migratórios e maior participação de trabalhadores mais velhos.

O relatório do BIS lembra que, após um período prolongado de aperto associado à pandemia de Covid-19, os mercados de trabalho das economias avançadas voltaram a um ponto de equilíbrio e mostram sinais de arrefecimento adicional. Segundo o estudo, as taxas de desemprego subiram em várias jurisdições; a contratação desacelerou, as vagas abertas diminuíram e as medidas usuais de desequilíbrio entre oferta e demanda regressaram aos níveis pré-pandemia.

Embora parte desse movimento represente uma normalização, indicadores prospectivos do mercado de trabalho apontam para enfraquecimento adicional em determinados países.

Fatores cíclicos e estruturais

O estudo destaca que esses desenvolvimentos contrastam com o quadro nas economias emergentes (EMEs), onde as condições laborais permaneceram, em linhas gerais, estáveis, embora com diferenças entre os países.

A pesquisa mostra que, além dos fatores cíclicos, forças estruturais continuam a influenciar os resultados do mercado de trabalho, alimentando tendências de longo prazo e afetando também os desdobramentos de curto prazo.

Foram salientadas três tendências estruturais especialmente relevantes: desregulamentação; alterações na oferta de trabalho, tanto por imigração quanto pela maior participação de trabalhadores mais velhos; e as incertezas associadas a novas tecnologias, sobretudo a inteligência artificial generativa.

Tecnologia, produtividade e emprego

No que diz respeito a esse último ponto, o relatório observa que a IA generativa introduz uma nova dimensão: estimativas apontam ganhos potenciais de produtividade entre 10% e 55% em diversas ocupações. Porém, o efeito sobre o emprego é ambíguo, pois a tecnologia pode tanto complementar funções quanto substituí-las, ao automatizar tarefas rotineiras em atividades administrativas e operacionais.

O texto acrescenta que, embora ainda não se verifiquem perdas generalizadas de empregos, os impactos da IA variam por setor e dependem do nível de digitalização, do investimento em capital de IA e das políticas de mercado de trabalho adotadas em cada país.

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