A análise da economista-chefe para o Brasil da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro, revela que as tarifas implementadas pelos Estados Unidos no contexto da guerra comercial foram menos severas do que o previamente anunciado. No chamado “Liberation Day” de abril, as tarifas prometidas eram muito mais elevadas.
Tatiana Pinheiro destaca que, embora um protecionismo exacerbado na maior economia do mundo resulte em um crescimento menor, as tarifas finais não alcançaram os 50% propostos inicialmente. “Vai ficar um pouco mais caro, mas não é a alíquota de 50%”, comentou a economista.
Particularmente no caso do Brasil, houve a retirada de mais de 600 produtos da lista de sobretaxação, incluindo itens como suco de laranja, petróleo e celulose.
Pinheiro também enfatiza que tarifas exorbitantes, como as de 145% que estavam previstas para a China, comprometeriam o crescimento global. “Tudo o que os Estados Unidos fazem, tem um efeito para o resto do mundo”, afirmou, ao citar previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Apesar das oscilações na política comercial de Trump, o resultado já se reflete em uma média tarifária de importação nos EUA, a maior desde 1934, com uma média de 18,3%. O centro de estudos Budget Lab, da Universidade de Yale, prevê que isso possa conduzir a um aumento no desemprego e no custo de vida da população americana.
Sem as alterações propostas, as tarifas americanas poderiam ter saltado de uma média de 1 ou 2% para 25%, gerando um impacto significativo em termos de crescimento econômico e inflação, mas o cenário acabou sendo diferente, como conclui a análise.






