13 de dezembro de 2025
sábado, 13 de dezembro de 2025

Trabalhadores acima de 60 anos são o grupo que mais cresce no mercado

José Alberto Soares Lins, de 60 anos, tem dois filhos adultos e já é avô, mas ainda precisa trabalhar por mais cinco anos para se aposentar. No entanto, não tem planos de parar quando chegar lá. Com Ensino Médio completo, ele trabalhou em limpeza urbana e, há mais de dez anos, é porteiro. Gosta do que faz e sabe que a renda da aposentadoria não será suficiente para os gastos da família. Quer seguir trabalhando para complementar a renda no futuro.

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“Quando eu me aposentar, pretendo continuar trabalhando por mais um tempo. É tranquilo”, diz seu Alberto, como é chamado no prédio residencial de Brasília onde dá expediente à noite e conquistou os moradores com seu sorriso fácil e jeito prestativo.

Assim como ele, mais pessoas chegam à maturidade sem a intenção de deixar o mercado de trabalho ou precisam permanecer mais um pouco no emprego para se aposentar. O número de pessoas com mais de 60 anos entre os ocupados saltou 76% em pouco mais de uma década.

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Foi de 4,9 milhões no segundo trimestre de 2012 para 8,6 milhões no deste ano. Na faixa etária de 40 a 59 anos, a alta foi de 32%, saindo de 31 milhões para 41 milhões no mesmo período.

Os números fazem parte de um levantamento do pesquisador Rogério Nagamine, ex-secretário do Regime Geral da Previdência, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE.

Para ele, a explicação está na combinação de envelhecimento acelerado da população com a introdução da idade mínima para a aposentadoria (65 para homens e 62 anos para mulheres) pela Reforma da Previdência em 2019. Mas ele também destaca que a conjuntura econômica estimula brasileiros a trabalhar por mais tempo.

Vida longa, renda curta

Com maior longevidade, aumentam as necessidades financeiras de quem tem idade para se aposentar e muita vida pela frente. Na outra ponta, a redução do contingente de jovens torna esses profissionais maduros cada vez mais necessários no mercado.

“O grupo de trabalhadores ocupados que mais cresceu está na faixa etária de 60 anos ou mais”, diz Nagamine. Claro que em parte é decorrente do próprio envelhecimento da população. Mas, no caso dos idosos, cabe destacar que a taxa de participação no mercado de trabalho está subindo gradualmente.

Considerando as pessoas com 40 anos ou mais, os trabalhadores mais maduros estão se aproximando da metade do total de ocupados no Brasil.

Evolução natural

Para o economista e doutorando em Demografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Alexandre Oliveira Ribeiro, a mudança na demografia tende a elevar naturalmente os níveis de ocupação entre os mais velhos, que vivem mais e precisam complementar as pensões.

“Essa variação é impulsionada pelo envelhecimento populacional que interage com mudanças econômicas, comportamentais, políticas, legislativas, tecnológicas e de saúde. Juntas levam a uma maior absorção de mão de obra em idade avançada”, diz Ribeiro.

Para ele, o quadro demanda políticas públicas que melhorem a situação de trabalhadores mais velhos em todos os grupos socioeconômicos:

“Além de promover o envelhecimento ativo, essas ações são fundamentais para mitigar externalidades negativas, como o etarismo, e garantir a rápida adaptação do Brasil à nova realidade da demografia mundial.”

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