A reunião planejada para a quarta-feira (13) entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, não será realizada. De acordo com precisões compartilhadas pelo próprio Haddad, o cancelamento deve-se a pressões exercidas pela extrema-direita nos Estados Unidos.
Haddad explicou em entrevista concedida à GloboNews que grupos de extrema-direita ligados à Casa Branca souberam de suas declarações favoráveis ao encontro e então agiram junto aos assessores da administração Trump, culminando com o cancelamento da reunião virtual prevista para a quarta-feira.
Antecedentes da reunião
No período anterior à última semana, Haddad tinha divulgado que Bessent o tinha abordado para debater as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump aos produtos brasileiros. Inicialmente, o contato previsto seria via teleconferência, posteriormente ampliado para um encontro presencial.
“A equipe do secretário Bessent ligou-se à nossa equipe no último dia 30, ao que tudo indica, para arranjarem uma outra conversa. Como eu tinha mencionado antes, o primeiro contatou foi em maio, na Califórnia. Vamos agora iniciar um ciclo de negociações e levaremos aos responsáveis americanos nossa posição”, salientou Haddad em nota datada de 31 de maio.
Perspectivas políticas
Posteriormente, Haddad esclareceu que recebeu tal informação de cancelamento por e-mail, “dois dias depois” de o secretário de Tesouro dos EUA anunciar a reunião para a mídia. Para o ministro, a razão do cancelamento tem natureza política, e não econômica.
Num comentário aprofundado, Haddad avaliou que essas propostas de mudanças foram alinhadas com assessores de Trump, o que resultou no deslocamento da reunião realizada de forma virtual no dia mencionado.
Nas conclusões, Haddad também destacou que o Brasil tem estado atualmente a ser tratado de maneira particular no contexto internacional quando comparado a outros países e/ou blocos que têm conseguido alguns entendimentos com o governo de Donald Trump, nomeadamente a União Europeia, o Japão e a Coreia do Sul.






