O anúncio de um pacote emergencial pelo governo federal trouxe alívio momentâneo ao setor cafeeiro brasileiro, que enfrenta instabilidade desde a imposição de tarifas elevadas pelos Estados Unidos. Como principal destino do café especial brasileiro, o mercado norte-americano passou a taxar as exportações com alíquotas de até 50%, prejudicando a rentabilidade dos produtores e a competitividade internacional.
Setor avalia medidas governamentais
Segundo a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), as ações anunciadas pelo governo são positivas como resposta imediata, mas ainda insuficientes. A entidade classificou as medidas como um “fôlego temporário” para garantir exportações no curto prazo. Para o médio e longo prazo, reforça-se que a isenção tarifária do café seria a solução duradoura para restabelecer a confiança do mercado e manter os acordos comerciais com os EUA.
Cooperativas mantêm diálogo internacional
Cooperativas cafeeiras, especialmente em Minas Gerais, trabalham para preservar relações comerciais. A Cooxupé, uma das maiores da América Latina, mantém contato direto com importadores norte-americanos para assegurar continuidade dos embarques, mesmo com as novas tarifas.
Durante o 7º Fórum Café e Clima, o presidente da Cooxupé destacou a importância do diálogo para evitar rupturas na cadeia produtiva. A orientação aos cooperados tem sido de manter cautela, já que medidas pontuais podem abrir caminho para soluções negociadas.
Perspectivas de negociação tarifária
O Ministério da Agricultura demonstrou otimismo sobre possível revisão das tarifas pelos EUA. O ministro Carlos Fávaro afirmou haver sinais de abertura dos norte-americanos e acredita que as taxações serão revertidas, com o governo brasileiro empenhado em soluções diplomáticas.
Desafios climáticos e econômicos
Além das tarifas, produtores enfrentam problemas climáticos. Geadas recentes no Sudeste preocupam cafeicultores de arábica, com possíveis danos à próxima safra. Cooperativas mineiras relataram que cerca de 10% das plantações foram afetadas, com atenção especial ao “dano não aparente” que pode comprometer a floração e a produção futura.






