Com a recente configuração do comércio global, Donald Trump, então presidente dos Estados Unidos, possui uma posição de vantagem em negociações comerciais, conforme observado por Samuel Pessôa, pesquisador associado ao BTG Pactual e ao Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
Pessôa destaca que o movimento de desglobalização e o término do multilateralismo nas relações internacionais são prejudiciais para o mundo, resultando em custo elevado caso as cadeias globais sejam desfeitas.
Impactos na Democracia e Autocracia
Ele ressalta que a perda de bem-estar é uma dianteira crível em democracias, onde a capacidade de gerenciar essa questão pode ser mais desafiadora do que em regimes autocráticos. Comparando a economia dos Estados Unidos com a da China, Pessôa observa diferenças significativas nos sistemas políticos. “Xi Jinping não está sujeito a eleições e pode impor perdas de bem-estar.”
Relações Comerciais EUA-China
Desde o início da guerra comercial desencadeada por Trump, a China tem sido o principal adversário. A troca de retaliações entre as duas nações culminou em um acordo de suspensão temporária, com término previsto para 12 de agosto.
Estrategias Comerciais
Segundo Pessôa, mesmo diante de retaliações, quando se tratam de bens essenciais para as cadeias produtivas chinesas, os produtores locais muitas vezes evitam a imposição tarifária. Essa estratégia de proteger produtos cruciais para a balança comercial chinesa explica por que as tarifas não causaram o impacto esperado até o momento.
Outro motivo para o impacto limitado das tarifas é que as alíquotas efetivamente aplicadas são menores do que as inicialmente divulgadas.
Acordos Tarifários e Impacto no Consumo
A administração Trump já formalizou cerca de dez acordos tarifários, reduzindo algumas das tarifas anteriormente anunciadas, além de conceder suspensões temporárias para alguns países. Apesar disso, os consumidores americanos estão prestes a enfrentar a maior carga tarifária desde a década de 1930, a uma taxa de 18,3%.
