O governo brasileiro avançou na aplicação da Lei de Reciprocidade econômica como resposta às tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
A lei, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em abril, permite ao Brasil adotar medidas compensatórias contra ações unilaterais de outros países que afetem produtos nacionais.
O mecanismo autoriza medidas tarifárias em situações como a atual, em que os EUA aumentam impostos de importação, prejudicando a competitividade das empresas brasileiras.
Mediação comercial
A Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão que reúne representantes de 10 ministérios para formular políticas de comércio exterior, foi acionada para gerenciar o processo. Entre as etapas previstas está a notificação oficial aos Estados Unidos sobre a resposta brasileira às tarifas.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, afirmou que a lei pode auxiliar nas negociações com os EUA. A declaração foi feita após missão oficial no México.
“Esperamos que essa medida ajude a acelerar o diálogo. O Brasil sempre demonstrou disposição para negociar. Temos 201 anos de parceria com os Estados Unidos e uma relação econômica complementar”, destacou Alckmin.
Setores estratégicos
O vice-presidente exemplificou com o setor siderúrgico: “O Brasil é o terceiro maior comprador de carvão siderúrgico dos EUA, usado na produção de aço. Processamos o semiacabado e exportamos para os EUA, que produzem aço para automóveis, aviões e máquinas. Essa integração representa a lógica do comércio exterior”.
Segundo Alckmin, essa dinâmica beneficia toda a sociedade com produtos mais acessíveis.






