Empresas brasileiras que perderam mais de 5% do faturamento bruto devido às tarifas impostas pelos Estados Unidos terão prioridade no acesso às linhas de crédito do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O valor total disponível é de R$ 40 bilhões. Os detalhes do Plano Brasil Soberano foram apresentados pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Desse total, R$ 30 bilhões serão originados do Fundo Garantidor de Exportações (FGE), enquanto os outros R$ 10 bilhões virão de recursos próprios do banco. Os valores financiarão capital de giro, investimentos em máquinas e equipamentos, e busca por novos mercados.
Segundo Mercadante, algumas empresas perderam até 80% do faturamento abruptamente, gerando graves impactos econômicos e empregatícios. O estado atua como um aliado nessas situações críticas, semelhante a pandemias ou desastres naturais.
A expectativa é que as primeiras aprovações de crédito comecem em 15 de setembro, após a consolidação de dados pelo Ministério da Economia e órgãos federais.
Linhas de crédito disponíveis
O BNDES oferece quatro modalidades de financiamento:
- Capital de Giro: para gastos operacionais, com taxa de 1,15% ao mês e prazo de até cinco anos.
- Giro Diversificação: busca de novos mercados, com taxa de 0,29% ao mês mais variação cambial.
- Bens de Capital: aquisição de equipamentos, com taxa fixa de até 0,58% ao mês.
- Investimento: inovação tecnológica, com mesmo percentual anterior e prazo estendido.
Critérios de elegibilidade
O cálculo de perdas considera o período entre julho de 2024 e junho de 2025. Empresas com queda acima de 5% no faturamento terão acesso prioritário ao Giro Diversificação. Para reduções superiores a 20%, todas as linhas estarão disponíveis.
Micro e pequenas empresas nessas condições podem contar com garantias adicionais de programas governamentais. Em todos os casos, é necessário comprovar a manutenção do quadro de funcionários.
Contexto das tarifas
As sobretaxas de 50% aplicadas pelos EUA estão entre as mais elevadas da atual guerra comercial. Essas medidas integram um conjunto de ações contra instituições brasileiras, incluindo investigações sobre sistemas de pagamento e sanções a autoridades judiciais.






