O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, reuniu-se com representantes das principais empresas de tecnologia dos Estados Unidos, como Meta, Google, Amazon, Apple, Visa e Expedia. O encontro ocorreu poucos dias antes do previsto para o início das tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos. O governo brasileiro busca negociar para evitar essas sanções.
Discussão sobre convergências e regulação
Durante entrevista, Alckmin destacou o desejo de expandir as áreas de convergência entre o Brasil e essas empresas, mencionando que os pontos em comum são maiores do que as divergências. Pela segunda vez, representantes das chamadas big techs trouxeram uma pauta que aborda temas como ambiente regulatório, oportunidades econômicas, inovação tecnológica e segurança jurídica.
Alckmin afirmou estar propondo a criação de uma mesa de trabalho para discutir as oportunidades econômicas, citando o Brasil como um potencial campeão na instalação de data centers. Quanto à regulação das big techs no Brasil, ele destacou a importância de não acelerar o processo sem antes aprender com as experiências de outros países, como os da Europa.
Interesses das empresas de tecnologia dos EUA no Brasil
A interação entre empresas de tecnologia dos EUA e o Brasil foi mencionada em uma carta de Donald Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que denunciou o que chamou de “ataques contínuos do Brasil às atividades comerciais digitais de empresas americanas”. O documento foi parte da justificativa para a abertura de uma investigação e o anúncio das tarifas.
A reunião de Alckmin também contou com a participação, via videoconferência, de um representante da Secretaria de Comércio dos EUA, a pedido do secretário de Comércio Howard Lutnick. Alckmin reiterou a intenção de evitar a implementação das tarifas, alegando serem injustificáveis, especialmente considerando que o Brasil está entre os poucos países com superávit comercial com os EUA.
Outros encontros e negociações
Nesta terça-feira, Alckmin também recebeu representantes da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), destacando o papel do estado como grande exportador de petróleo e aço para os EUA. O governador do Ceará, Elmano de Freitas, acompanhado de empresários locais, também se reuniu com o vice-presidente. Com mais de 40% das suas exportações destinadas aos EUA, o Ceará lidera em termos proporcionais, com produtos como aço, ferro, pescado, crustáceos, máquinas e calçados sendo os mais exportados.






