As vendas de títulos públicos a pessoas físicas pela internet atingiram nível recorde em junho, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional em Brasília. No último mês, o Tesouro Direto comercializou R$ 5,77 bilhões em títulos.
Esse valor representa uma queda de 15,91% em relação a maio, quando as vendas totalizaram R$ 6,86 bilhões, mas é um aumento de 1,48% em comparação com junho do ano passado.
O recorde geral de vendas foi estabelecido em março deste ano, com R$ 11,69 bilhões negociados.
Títulos mais procurados
Os títulos atrelados à taxa básica de juros foram os preferidos em junho, representando 55,9% das vendas. Já os indexados à inflação (IPCA) corresponderam a 24,5%, enquanto os prefixados somaram 11,6%.
O Tesouro Renda+, voltado para aposentadorias, lançado no início de 2023, participou com 6,2% das vendas. O novo título Tesouro Educa+, destinado à poupança para educação superior, representou 1,8%.
O interesse por papéis atrelados à taxa Selic é motivado pelo seu alto nível, que subiu de 10,5% ao ano até setembro do ano passado para 15% ao ano.
Expectativas de aumentos futuros mantêm esses títulos atraentes, enquanto os papéis indexados à inflação chamam a atenção devido à projeção de alta inflacionária.
Estoque do Tesouro Direto
O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 180,35 bilhões no fim de junho, marcando um aumento de 2,41% em comparação ao mês anterior e 25,95% em relação a junho do ano passado. O crescimento deve-se à correção pelos juros e ao superávit das vendas sobre os resgates, que totalizaram R$ 2,84 bilhões no período.
Perfil dos investidores
O número de novos investidores somou 240.498 em junho, elevando o total para 32.735.353. Nos últimos 12 meses, houve aumento de 14,3% no total de investidores. Atualmente, existem 3.044.288 investidores ativos, um crescimento de 13% nesse mesmo intervalo.
O uso do Tesouro Direto entre pequenos investidores é perceptível pela alta frequência de vendas de até R$ 5 mil, o que representa 80,5% de todas as 766.019 transações de junho. Apenas as aplicações iguais ou inferiores a R$ 1 mil totalizaram 57,1%. O valor médio das operações chegou a R$ 7.528,22.
Os papéis de curto prazo são os mais populares, com títulos de até cinco anos compondo 40,8% das vendas. Transações com prazos entre cinco e dez anos representam 42,6%, enquanto papéis com mais de uma década somam 16,6%.
O balanço completo do Tesouro Direto está disponível no site do Tesouro Transparente.
Histórico e captação
Instituído em janeiro de 2002, o Tesouro Direto foi criado para democratizar o acesso a títulos públicos, permitindo sua aquisição diretamente do Tesouro Nacional pela internet, sem a intermediação de instituições financeiras.
O investidor paga uma taxa à B3, que é descontada nas transações dos títulos. Informações adicionais estão no site do Tesouro Direto.
A venda de títulos é uma estratégia governamental de captação de recursos para quitar dívidas e cumprir obrigações. Em contrapartida, o Tesouro Nacional reembolsa o valor com um adicional, que pode ser ajustado pela taxa Selic, índices inflacionários, câmbio ou uma taxa predeterminada se for um título prefixado.






