O diretor-executivo para as Américas do grupo Eurasia, Christopher Garman, expressou pessimismo em relação às chances de uma redução das tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos num futuro próximo.
Garman afirma que “o governo do presidente Lula não possui meios para reverter essas decisões e tampouco a disposição ou capacidade para isso. Não há elementos para colocar em pauta na negociação”.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao anunciar uma nova tarifa de 50% sobre importações brasileiras, justificou sua decisão mais por motivos políticos do que comerciais.
A insatisfação de Trump está relacionada à atuação do Judiciário e do Executivo brasileiros no contexto do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por sua suposta participação em uma trama golpista, além das regulações sobre redes sociais e big techs.
Em resposta a Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a soberania do Brasil e a legitimidade dos processos legais mencionados. Tanto o governo quanto o Supremo Tribunal Federal indicaram que não há margem para concessões nessas questões.
“A questão é muito mais política do que relacionada à natureza das relações comerciais bilaterais. Não há indicativos de que o governo brasileiro tenha algo para negociar. Nada aponta para uma possível acomodação”, concluiu o especialista.