As contas públicas do Brasil fecharam maio com um déficit significativo, refletindo um padrão tradicional de resultados negativos para o Governo Central. O setor público consolidado, que inclui a União, estados, municípios e empresas estatais, registrou um déficit primário de R$ 33,74 bilhões.
Desempenho Anual das Contas Públicas
Comparado ao mesmo período do ano anterior, houve uma redução no déficit, que foi de R$ 63,89 bilhões em maio de 2024. Essa melhora se deve, em parte, ao desempenho do Governo Central, incluindo Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional. As receitas líquidas federais apresentaram um aumento de 4,7%, enquanto as despesas totais diminuíram 7,6%.
Os dados financeiros foram divulgados pelo Banco Central, destacando que o déficit primário reflete o resultado negativo das contas públicas, desconsiderando os juros da dívida pública. Apesar do resultado negativo de maio, o acumulado no ano apresenta um superávit primário de R$ 69,12 bilhões, e em 12 meses, as contas somam um resultado positivo de R$ 24,14 bilhões, que equivale a 0,2% do PIB.
Desempenho por Esfera de Governo
Em maio, o Governo Central teve um déficit primário de R$ 37,35 bilhões, melhor do que os R$ 60,78 bilhões do ano passado. Os governos estaduais, por outro lado, registraram um superávit de R$ 5,34 bilhões, bem acima do superávit de R$ 559 milhões de maio de 2024. Já os municípios apresentaram um déficit de R$ 808 milhões, embora este tenha diminuído em relação ao déficit de R$ 1,64 bilhão do ano anterior.
As empresas estatais, excluindo Petrobras e Eletrobras, contribuíram com um déficit de R$ 926 milhões, em comparação com R$ 2,04 bilhões do ano passado.
Análise das Despesas com Juros
Os gastos com juros alcançaram R$ 92,15 bilhões em maio, um aumento considerável em relação aos R$ 74,36 bilhões registrados em 2024. Essa variação é atípica, pois geralmente as contas de juros não apresentam grandes flutuações. O desempenho foi impactado pelas operações de swap cambial, que contribuíram para a melhora dos juros em maio.
No mês passado, as operações resultaram em um ganho de R$ 1,7 bilhão, contrastando com a perda de R$ 7,7 bilhões do ano anterior. Sem esses efeitos, os gastos com juros teriam aumentado substancialmente devido à alta da taxa Selic e ao crescimento da dívida.
O resultado nominal das contas públicas, que inclui o resultado primário e os gastos com juros, também apresentou uma melhora, com um déficit de R$ 125,89 bilhões em maio, inferior ao déficit de R$ 138,26 bilhões do ano passado. Em um ano, o setor mantém um déficit de R$ 922 bilhões, equivalente a 7,58% do PIB.
Dívida Pública em Perspectiva
A dívida líquida do setor público alcançou R$ 7,55 trilhões em maio, representando 62% do PIB, o segundo maior índice desde 2002. Em março, esse percentual era de 61,5% (R$ 7,43 trilhões). A dívida bruta do governo geral atingiu R$ 9,26 trilhões ou 76,1% do PIB, um aumento em relação aos R$ 9,18 trilhões do mês anterior.
Esses dados fornecem uma visão abrangente da situação fiscal do Brasil, ressaltando a necessidade de estratégias eficazes para equilibrar as contas públicas e gerenciar a dívida.








