O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, anunciou que o BC só terá uma “convicção absoluta” sobre a desaceleração da atividade econômica no Brasil ao final deste ano. Em declaração feita durante um evento da Fundação Getulio Vargas, David destacou que, atualmente, o país cresce acima de seu potencial, mas a expectativa é de que essa diferença diminua gradativamente, embora os dados ainda apresentem uma certa dispersão.
Continuação da política monetária restritiva
David enfatizou que a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada recentemente, continua válida e reflete as incertezas persistentes no cenário econômico. A ata deixou em aberto as futuras decisões sobre a taxa básica de juros, atualmente em 14,75% ao ano, especialmente em relação à reunião de junho.
Expectativas no mercado
No mercado, cresce a dúvida se o Banco Central manterá a taxa Selic inalterada ou se haverá um aumento adicional de 0,25 ponto percentual. Apesar de uma aparente tranquilidade entre Estados Unidos e China, David apontou que a incerteza ainda está presente, mesmo que os mercados tenham se acalmado.
Ajustes nas expectativas de inflação
David também abordou o fato de que a política monetária deve permanecer mais restritiva para evitar a desancoragem das expectativas de inflação. No último relatório Focus, as previsões de inflação para 2025 e 2026 foram estimadas em 5,50% e 4,50%, respectivamente, ambas acima da meta central do BC, que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ele ressaltou que as projeções do Focus não estão alinhadas com os objetivos do Banco Central, garantindo que a instituição realmente busca cumprir a meta de inflação.