O anúncio de uma pausa na disputa tarifária entre os Estados Unidos e a China abre um caminho significativo para um possível acordo sobre as tarifas de importação entre os dois países. Roberto Dumas, especialista em economia chinesa e professor de economia internacional, acredita que essa pausa pode resultar em um entendimento mútuo, promovendo um ambiente mais estável nas negociações.
Efeitos da Pausa Tarifária
Recentemente, os EUA e a China concordaram em manter tarifas reduzidas por um período de 90 dias. Os EUA, que haviam implementado um imposto de 145% sobre produtos chineses, agora buscarão uma taxa de até 30%, enquanto a China reduzirá suas tarifas para 10%. Dumas observa que essa mudança representa um recuo considerável por parte da administração Trump, permitindo o início de discussões sobre uma nova política tarifária.
Um Novo Norte nas Negociações
Dumas salienta que a atual situação removeu a “espada de Dâmocles” que pairava sobre a economia global, criando um cenário mais claro nas negociações. A frase “os adultos sentaram na sala” reflete a importância deste momento, que pode levar a um acordo mais equilibrado entre as potências.
Impactos Econômicos Globais
A pausa nas tarifas está gerando reflexos no panorama econômico global. Antes desse entendimento, o temor de um crescimento reduzido gerava incertezas e fazia os preços das commodities despencarem. Agora, as empresas poderão elaborar planos de negócios mais eficazes, sabendo que a volatilidade tarifária foi, ao menos temporariamente, amenizada.
Benefícios para o Brasil
Apesar de as tarifas serem mantidas em 10%, o Brasil pode se beneficiar do aumento nos preços das commodities. Um maior volume de exportações para os EUA pode resultar em um fluxo maior de dólares, impactando favoravelmente o câmbio. Além disso, as taxas de juros dos EUA devem melhorar, influenciando as políticas monetárias locais.
Riscos Inerentes
Entretanto, Dumas alerta para os riscos de que assuntos externos, como a questão de Taiwan, possam adentrar as negociações entre EUA e China, potencialmente complicando o progresso nas tratativas tarifárias. A atenção deve ser mantida em como essas dinâmicas podem afetar não apenas as duas nações, mas também o comércio e a economia global como um todo.