O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adotou uma abordagem descontraída na noite de sexta-feira (7) durante sua participação no podcast Flow. Utilizando uma linguagem informal, ele discutiu questões econômicas polêmicas, como a taxação do Pix e o chamado “imposto das blusinhas”.
Haddad e sua linguagem informal
Em uma conversa de aproximadamente duas horas, Haddad se aproximou da linguagem do apresentador Igor Coelho, o que gerou um contraste em relação ao estilo mais tradicional das entrevistas com a imprensa econômica. “Vou te dizer a real. Este monitoramento data do fim dos anos 1990”, declarou Haddad ao comentar as tentativas da Receita Federal de modificar as diretrizes para monitoramento das movimentações financeiras através do Pix.
O governo brasileira optou por enterrar a iniciativa para lidar com as fake news que indicavam que havia uma proposta para taxar operações com Pix, o que teve um impacto negativo na avaliação de Luiz Inácio Lula da Silva. “Cara, se está no extrato bancário, acabou”, enfatizou o ministro, referindo-se ao monitoramento das movimentações financeiras. Ele observou que a Receita estava recebendo um volume excessivo de informações desnecessárias.
Haddad e a controvérsia do imposto das blusinhas
Durante a entrevista, Haddad também se referiu ao Imposto de Importação aplicado às compras internacionais, particularmente na polêmica conhecida como “imposto das blusinhas”. Ele destacou que essa taxa foi criada e aprovada pelo Congresso, incluindo apoio do PL de Jair Bolsonaro. “Os 27 governadores do país cobram ICMS de marketplaces”, apontou, ressaltando a presença de tributos estaduais nas vendas online.
Alfinetadas e críticas
Ao longo da entrevista, Haddad fez críticas diretas ao ex-presidente Bolsonaro, ressaltando ações de seu governo. Ele mencionou que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, buscava taxar produtos, em contraste com a recente redução do imposto de importação para alimentos promovida pelo atual governo.
Por fim, o ministro demonstrou uma relação positiva com a nova titular da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que é conhecida por suas críticas à política de gastos do governo e ao manejo de juros do Banco Central. Haddad comentou: “A Gleisi põe no Twitter dela o que ela pensa. Cara, é muito fácil”, enquanto o cenário de sua gravação incluía elementos divertidos da cultura pop, como brinquedos e referências a jogos.
Essa abordagem leve e direta de Haddad pode atrair um público mais jovem e diversificado, ampliando o alcance da discussão sobre temas econômicos relevantes.