A alta na tarifa de energia elétrica foi o principal responsável pela elevação da inflação em outubro, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em outubro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou uma alta de 0,56%, atingindo um acumulado de 4,72% nos últimos 12 meses, superando a meta estabelecida pelo Banco Central (BC), que é de 4,5%.
No último mês, as tarifas de energia sofreram um aumento de 4,74%, o que representa o maior avanço entre os subitens analisados pelo IBGE. Essa elevação se deve à bandeira tarifária vermelha no patamar 2, que impõe um custo adicional significativo, ao mesmo tempo em que os reservatórios das hidrelétricas apresentaram queda devido à escassez de chuvas.
Analistas consultados pela CNN indicam que o cenário pode se alterar em novembro, especialmente com a mudança da bandeira tarifária para amarela, que implica um custo menor, em função da melhora nas condições de geração de energia no Brasil.
A bandeira amarela adiciona R$ 1,885 ao preço de cada quilowatt-hora (kWh) consumido, em contraste com a bandeira vermelha 2, que eleva o custo em R$ 7,877 a cada 100 kWh.
Segundo Matheus Dias, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), a mudança do patamar da bandeira tarifária de setembro para outubro foi um fator crucial para a elevação da inflação. Além disso, a falta de chuvas está entre os principais elementos que contribuíram para o aumento dos preços da energia no período.
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a previsão para os níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste foi revisada para 42,7% até o final de novembro, um pequeno aumento em relação aos 40,2% previstos anteriormente.
Os especialistas alertam que, apesar de condições climáticas favoráveis no final do ano, a influência de fenômenos como El Niño e La Niña pode gerar períodos de seca que impactarão negativamente a capacidade dos reservatórios no futuro, levando a pressões inflacionárias persistentes sobre a energia elétrica.
*Com informações da Reuters