Em declaração feita durante um evento na última segunda-feira (11), o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, expressou preocupações sobre o impacto do adiamento da apresentação do pacote de corte de gastos pelo governo Lula na confiança dos investidores. Meirelles afirmou que essa postergamento “mina” a credibilidade do governo.
Segundo Meirelles, a discussão sobre o pacote é essencial e deve seguir adiante. O ex-ministro destacou que, embora as medidas principais sejam necessárias, não acredita que elas sejam suficientes para ajustar as contas fiscais do país. A incerteza em torno da implementação das reformas pode criar um clima desfavorável para os investimentos.
Em suas observações, Meirelles enfatizou que a crescente dívida pública representa a principal ameaça para o ambiente econômico do Brasil. Ele citou dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), que aponta a relação entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 80%. Essa relação, segundo o ex-ministro, ainda não afeta o crescimento do país, mas ele alertou para os riscos potenciais que isso pode trazer no futuro.
Meirelles observou que os mercados tendem a se antecipar a possíveis crises. Ele observou que, à medida que os riscos se tornarem mais evidentes, pode haver uma diminuição no apetite por investimentos no Brasil. O economista ressaltou a urgência de medidas eficazes que possam garantir a estabilidade e a confiança dos investidores.
O crescimento econômico observado nos primeiros anos do governo Lula é visto por Meirelles como um reflexo de reformas implementadas no passado. O ex-ministro participou do evento promovido pelo UBS em São Paulo, onde compartilhou essas perspectivas sobre o cenário econômico brasileiro.