O prolongamento da seca tem gerado preocupações com a inflação dos alimentos, conforme destacou nesta quarta-feira (11) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Embora o aumento dos preços seja evidente, Haddad afirmou que o problema não pode ser resolvido com o aumento da taxa de juros pelo Banco Central (BC).
“A inflação preocupa um pouco, especialmente devido às condições climáticas. Estamos monitorando a evolução do clima e o impacto sobre os preços dos alimentos e, eventualmente, da energia, o que nos faz ficar atentos. No entanto, essa inflação não se combate com juros, que têm outra função”, afirmou o ministro durante um evento no Ministério da Fazenda.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reunirá para decidir sobre a Taxa Selic, atualmente em 10,5% ao ano. Há especulações de que a taxa pode ser elevada, com o objetivo de conter as pressões inflacionárias causadas pela alta do dólar e o aquecimento do mercado de trabalho. De acordo com o boletim Focus, os analistas de mercado projetam uma elevação de 0,25 ponto percentual, o que faria a Selic chegar a 10,75% ao ano.
O ministro também comentou que o Banco Central possui um quadro técnico robusto para tomar a melhor decisão, e que o governo aguardará os desdobramentos da reunião do Copom, que será a primeira após a indicação de Gabriel Galípolo como futuro presidente do BC.
Além disso, a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto, que registrou uma deflação de 0,02%, aliviou as expectativas de um aumento mais expressivo nos juros. No entanto, a projeção é que a bandeira vermelha na conta de luz pressione a inflação nos próximos meses.
Crescimento do PIB
Em relação ao crescimento econômico, Haddad sinalizou que o Ministério da Fazenda elevará a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024, que deverá ficar acima de 3%. Na semana passada, o IBGE revelou que o PIB cresceu 1,4% no segundo trimestre em comparação com o trimestre anterior, superando as expectativas do mercado.