sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Mais de 60% dos desligados que se tornaram MEI fizeram isso por necessidade

Um novo levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que, em 2022, mais da metade dos trabalhadores que se tornaram microempreendedores individuais (MEIs) o fizeram por necessidade, após perderem seus empregos formais. O estudo, que cobre até o ano de 2022, revelou que o Brasil contava com 14,6 milhões de MEIs, dos quais 2,6 milhões aderiram à modalidade jurídica naquele ano. O IBGE tem dados sobre experiências profissionais anteriores para 2,1 milhões desses novos MEIs.

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Entre os novos MEIs, 1,7 milhão foram desligados de suas empresas, seja por demissão involuntária, por escolha própria ou término de contrato temporário. Desses, 1 milhão foram demitidos ou saíram por justa causa, representando 60,7% dos desligados que se tornaram MEIs em 2022. Isso sugere que, para muitos, o microempreendedorismo foi uma solução diante da perda do emprego.

O analista da pesquisa, Thiego Gonçalves Ferreira, destaca que “muitos desses empreendedores se tornam MEIs por necessidade, não por oportunidade. O empreendedorismo por oportunidade geralmente envolve planejamento prévio.” Ferreira ressalta que a maioria dos novos MEIs se encaixa no perfil de empreendedor por necessidade, em vez de por escolha.

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O que é MEI?

O Microempreendedor Individual (MEI) é uma forma simplificada de formalização para trabalhadores autônomos, permitindo o pagamento simplificado de impostos e acesso a direitos previdenciários, como aposentadoria e auxílio-doença. Para ser MEI, o trabalhador deve atender a critérios específicos, como exercer uma atividade permitida, contratar no máximo um empregado e ter um faturamento anual de até R$ 81 mil.

Dados e tendências

O levantamento do IBGE utiliza dados de várias fontes, como Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e Relação Anual de Informações Sociais (Rais). A pesquisa revelou que setores como construção, transporte e alimentação têm uma forte ligação com as ocupações anteriores dos novos MEIs. Por exemplo, 76,4% dos MEIs na construção eram pedreiros antes, e 61,6% no setor de transporte eram caminhoneiros.

O estudo também mostra que 80% dos MEIs estabelecidos em 2019 continuaram em operação três anos depois. Em 2022, o número de MEIs subiu 11,4% em relação a 2021, representando 18,8% do total de ocupados por empresas no país. A maioria dos MEIs (51,5%) atua no setor de serviços, e São Paulo é o estado com o maior número de MEIs, com cerca de 4 milhões, ou 27% do total nacional.

Além disso, menos de 1% dos MEIs empregam outra pessoa, e 38% operam no mesmo endereço da residência. Entre os MEIs, 28,4% estão inscritos no Cadastro Único (CadÚnico), e metade desses beneficiários do CadÚnico também recebe o Auxílio Brasil (atualmente Bolsa Família).

Considerações finais

O IBGE considera a pesquisa sobre MEIs como experimental, dada sua recente introdução e a série histórica iniciada em 2020. Thiego Ferreira alerta para a necessidade de cautela na interpretação dos resultados, devido à natureza nova da pesquisa.

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Equipe de jornalismo

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