Em alusão ao Dia Nacional e Internacional da Pessoa Idosa, comemorado em 1º de outubro, o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) divulgou um importante diagnóstico sobre o envelhecimento populacional no Espírito Santo: o “IJSN Especial – Panorama do Idoso no Espírito Santo”. A publicação tem como objetivo sensibilizar a sociedade sobre a realidade dos idosos, abordando questões cruciais para essa população em crescimento.
Segundo o estudo, o Espírito Santo ocupa o 6º lugar no ranking de envelhecimento entre as Unidades Federativas do Brasil, com um índice de 58,12%, superior à média nacional de 55,24%. Baseado nos Censos de 2000, 2010 e 2022, o levantamento revela uma clara inversão da pirâmide etária no estado. Em 2000, havia 1.736 homens e 2.960 mulheres com 90 anos ou mais. Em 2022, esses números aumentaram expressivamente para 5.274 homens e 10.436 mulheres.
“O envelhecimento da população no Brasil e no Espírito Santo está acelerando, resultado da queda na natalidade e do aumento da expectativa de vida. Esse cenário traz tanto oportunidades quanto desafios para o futuro, especialmente no que diz respeito às políticas públicas voltadas para os idosos. Será fundamental fortalecer áreas como seguridade social, saúde, moradia e inclusão. Além disso, promover o envelhecimento ativo e combater o etarismo serão essenciais para garantir uma sociedade mais justa e inclusiva”, afirma Antonio Rocha, diretor de integração do IJSN.
Conforme a legislação brasileira e estadual, são considerados idosos aqueles com 60 anos ou mais. Na Região Metropolitana da Grande Vitória, Vitória lidera com o maior percentual de idosos (20,07%), seguida por Fundão (19,05%) e Guarapari (17,45%). No interior, Itaguaçu destaca-se com 23,65% da população formada por idosos, seguido por São José do Calçado (22,58%) e Itarana (22,54%).
Para a pesquisadora Isabella Muniz, uma das responsáveis pelo estudo, o aumento da população idosa exige um debate amplo e urgente sobre a criação e ampliação de políticas públicas específicas para essa faixa etária. “Embora existam leis federais de proteção aos idosos, a sua inclusão mais efetiva na sociedade ainda é limitada. O etarismo e o preconceito contra pessoas mais velhas ainda são barreiras importantes que precisam ser superadas”, alerta.
O estudo também ressalta ações promovidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) voltadas para o envelhecimento ativo, conceito que visa otimizar as oportunidades de saúde, participação e segurança, melhorando a qualidade de vida das pessoas à medida que envelhecem. A OMS também propôs a iniciativa “Cidade Amiga do Idoso”, com o objetivo de adaptar as cidades para que sejam acessíveis e inclusivas para a população idosa, abordando questões como mobilidade urbana, saúde e participação social.
Em termos de saúde, o estudo mostra que as doenças do aparelho circulatório foram as mais prevalentes entre os idosos capixabas em 2022, seguidas por neoplasias (tumores) e doenças do aparelho digestivo. No mesmo ano, as doenças circulatórias também lideraram as causas de morte entre idosos no estado, representando 31,66% dos óbitos, seguidas por neoplasias (17,04%) e doenças respiratórias (10,58%).
A prática regular de atividades físicas foi apontada como uma medida essencial na prevenção de doenças cardiovasculares e na promoção de uma vida mais ativa e saudável, contribuindo para a longevidade e a redução de doenças como depressão e apatia.
O estudo completo pode ser acessado pelo site do IJSN [aqui](https://ijsn.es.gov.br/Media/IJSN/PublicacoesAnexos/S%C3%ADnteses/IJSN_Especial_Idosos.pdf).