Uma pesquisa conduzida pela Clínica de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) revelou que 75% das crianças e adolescentes entrevistados acreditam que as mudanças climáticas impactam desigualmente as populações, afetando mais intensamente aqueles que vivem em comunidades periféricas ou de difícil acesso.
O estudo, realizado em parceria com o Centro Marista de Defesa da Infância (CMDI), os Maristas no Brasil e a Província Marista México Central (PMMC), coletou dados de 457 estudantes de escolas maristas sobre suas percepções acerca do meio ambiente e das mudanças climáticas. Os participantes incluíram alunos de instituições de ensino gratuitas e pagas, localizadas em áreas urbanas no Brasil e no México.
“Os resultados evidenciam a importância das escolas como espaços essenciais para a discussão sobre justiça climática. É fundamental ressaltar que crianças em situação de vulnerabilidade são frequentemente silenciadas e, por consequência, têm seus direitos violados de diversas formas e por longos períodos”, afirmou Natalino Guilherme de Souza, presidente do Conselho Administrativo do Marista Brasil.
Ele acrescentou que, para um país que busca ser sustentável e justo, é crucial colocar as crianças no centro das ações. A escuta ativa das crianças deve ser um pilar na formulação de políticas públicas que visem reverter essa realidade.
A pesquisa também apontou que 79% dos entrevistados veem as mudanças climáticas como uma ameaça concreta para as futuras gerações. Embora 90% afirmem ter conhecimento sobre os direitos infantojuvenis, apenas 64% sentem que suas opiniões são realmente consideradas pelos responsáveis pela tomada de decisões.
Para Natalino, a conscientização sobre essas questões deve ser promovida nas escolas. Ele menciona iniciativas sustentáveis, como a redução do uso de plástico, ações de reciclagem, gestão de resíduos, criação de hortas comunitárias e a promoção de diálogos com a família e a comunidade, como exemplos de como esse tema pode ser abordado no ambiente escolar.