Com as altas temperaturas que têm ocorrido no país, surge uma grande preocupação não apenas entre a população em geral, mas também entre os profissionais de saúde, especialmente os médicos.
Quando as temperaturas ultrapassam os 40 graus, o corpo enfrenta desafios significativos, exigindo cuidados especiais além dos já conhecidos conselhos, como beber água, usar protetor solar e evitar exposição excessiva ao sol.
De acordo com a pneumologista e Especialista em Medicina do Sono, Jessica Polese, o aumento das temperaturas globais e as ondas de calor associadas têm levantado preocupações importantes entre os profissionais de saúde. “Estamos preocupados com a possível emergência de novas doenças relacionadas às ondas de calor, que vão além dos efeitos imediatos do calor extremo e incluem consequências a longo prazo para a saúde pública”, explica a médica.
Entre os riscos associados estão insolações extremas, doenças respiratórias agudas, estresse térmico, entre outros. A preocupação é particularmente grave em relação a crianças e idosos, que são mais vulneráveis e não devem ficar expostos a ambientes excessivamente quentes.
A intermação é um problema sério em casos de calor extremo, como os que estamos presenciando com temperaturas acima dos 40 graus. “Pessoas com intermação clássica podem não transpirar ou transpirar pouco e apresentam sinais respiratórios como taquipneia (aumento da frequência respiratória), aumento do volume minuto e alcalose respiratória (quando o sistema respiratório elimina o CO2 mais rapidamente do que é produzido)”, destaca Jessica.
Além disso, a intermação por esforço é outra preocupação, ocorrendo em pessoas que realizam atividades físicas intensas em ambientes muito quentes. “Elas transpiram copiosamente (sudorese) e podem apresentar sintomas graves, como temperatura retal de 40º C ou superior e sinais de comprometimento neurológico”, acrescenta a médica.