Matheus Stein Pinheiro, de 24 anos, suspeito de assassinar a namorada Ana Carolina Rocha Kurth a facadas dentro de um apartamento no Centro de Vitória, está preso desde o dia 17 de maio. O crime aconteceu dois dias antes e completa um mês nesta quinta-feira (15). Matheus aguarda a conclusão do inquérito, que vai determinar os próximos passos do processo.
De acordo com a advogada de defesa do jovem, Lidiane Lahass, é provável que a Justiça determine a prorrogação da prisão provisória. “Eles já ouviram os pais de Matheus e agora estão ouvindo testemunhas. A gente está aguardando a conclusão do inquérito. Acreditamos que prisão provisória seja estendida por mais 30 dias”, comentou.
A advogada alega que Matheus tem esquizofrenia (transtorno mental caracterizado pela perda de contato com a realidade) comprovada por laudos. “Basicamente, estamos coletando os laudos de todos os lugares em que ele fez tratamento. Nosso objetivo nunca foi que ele saísse impune. A gente só quer trabalhar com a verdade. Ele realmente tem esses problemas (esquizofrenia). Já fazia acompanhamento”, disse a Lidiane.
Segundo Lidiane Lahass, ela esteve no presídio na terça-feira (13) para levar receitas médicas de remédios controlados para Matheus. “Provavelmente o juiz deve determinar um perito judicial para analisar o caso e construir um perfil”, explicou.
“Tudo isso vai ser definido no processo. É um processo muito extenso de crime doloso contra a vida. O caso pode demorar até 4 anos para vir a júri popular. São muitas etapas. É muito cedo para a gente falar alguma coisa. O que eu quero deixar claro é que não queremos impunidade. Queremos que ele seja responsabilizado pelo que fez”, finaliza a advogada.
A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) disse que Matheus Stein Pinheiro está no Centro de Detenção Provisória de Viana 2, em cela comum, onde aguarda julgamento. Segundo a Sejus, o interno está na unidade, pois é para lá que presos do regime provisório são encaminhados.
A Polícia Civil (PC) informou que o caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM). De acordo com a polícia, não há outras informações que possam ser divulgadas. Por fim, a PC diz que o prazo de investigação corre dentro da legalidade e com acompanhamento do Ministério Público Estadual (MPES).
“O mês mais difícil e doloroso da minha vida”
A irmã mais velha de Ana Carolina, Paola Rocha, de 39 anos, conta que esse foi o mês mais doloroso de sua vida. “A dor é constante, mas tenho pedido força a Deus e, com ajuda de remédios, tenho seguido”, afirma.
Ela conta que no único dia que saiu de casa sem tomar os remédios, teve uma crise de ansiedade muito forte. “Foi uma falta de ar junto com uma angústia insuportável. Desde o dia que minha irmã foi assassinada eu tomo remédios durante o dia e também para dormir”, ressaltou Paola.
Ao final da conversa, muito abalada, Paola afirmou que a prisão de Matheus deve ser mantida. “Quanto a prisão dele, vai ser mantida. Estava com nosso advogado criminalista, Rivelino Amaral, e ele me garantiu que o assassino não será solto”, assegura.
O advogado está acompanhando de perto o caso. De acordo Paola, “o inquérito está sendo concluído”. A reportagem do MovNews entrou em contato com Rivelino Amaral, mas, segundo sua assessoria, ele estava em uma audiência e pode nos atender.
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